"O ténis é a desculpa para estar aqui. Poder vir a Paris, a Roland Garros, é algo que adoro", declarou Sabatini, 53 anos, vencedora do Open dos Estados Unidos em 1990, à AFP. A antiga tenista disputará o torneio de lendas ao lado de sua compatriota Gisela Dulko.
- Como se sente? Está de volta a Paris depois da sua grande participação no ano passado.
- É bom estar aqui com todas as jogadoras, algumas delas já não as via há muito tempo e adoro falar com elas, recordar os velhos tempos. Cada passo que dou na minha vida dou-o com confiança, seguindo o meu coração, faço o que me apetece e o que gosto. Se decidi jogar aqui no ano passado, foi porque queria estar no ambiente do ténis. Fui convidado e é agradável. As pessoas que jogam ténis são como a minha família, voltamos a encontrar-nos e nada mudou. Cada um fez o seu próprio caminho, mas é bom poder falar sobre como estamos hoje.
- O ténis argentino tem dado que falar nas últimas semanas. Dez jogadores na chave masculina, dois nos oitavos de final e Tomás Martín Etcheverry nos quartos de final.
- É espetacular, fico contente por isso, o nosso ténis sempre teve muita tradição e jogadores que chegaram a boas fases neste torneio. Rever tantos jogadores é uma alegria enorme, havia alguns que eu não conhecia e quando ouvimos as histórias por detrás deles ficamos ainda mais comovidos, como por exemplo a de Gennaro Olivieri (o número 227 do mundo passou à terceira ronda, tendo mesmo abandonado o ténis após a morte do pai durante a pandemia).
- O sucesso estende-se à América do Sul, com a brasileira Beatriz Haddad Maia nos quartos de final, após um duelo de quase quatro horas com Sara Sorribes.
- Foi um jogo tremendo, estou contente pela Bia ter ganho, para o ténis latino-americano é maravilhoso. Éuma pessoa espectacular, sigo-a há muito tempo, gosto muito do que ela faz no campo e estou muito contente.
- É estranho chegar a Roland Garros e o Rafa Nadal não estar presente?
- Vivo com tristeza por não o ver aqui. Espero que ele possa voltar. Sinto a sua falta. Já me senti melancólica quando o Roger (Federer) disse que se ia retirar, fiquei triste por não o poder ver mais num court.
- Parece que, no campo e no imaginário das pessoas, Carlos Alcaraz assume a liderança. O que acha?
- Vi-o várias vezes e em Buenos Aires, tive a oportunidade de o conhecer. É maravilhoso o que ele faz em campo, é tão atlético, a forma como se movimenta! Mas o que mais me impressiona é a sua mentalidade, tão positiva. Ele está sempre a avançar, mesmo quando perde um ponto, e acho que é isso que o vai levar mais longe.
- Surpreende-se com a maturidade dele aos 20 anos?
- Hoje é a coisa mais importante e a atitude dele é inacreditável. A sua mentalidade faz-me lembrar muito o Rafa.