Reportagem: "Por favor, ocupem os lugares" - Bancadas vazias do Open de França voltam a desiludir

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Reportagem: "Por favor, ocupem os lugares" - Bancadas vazias do Open de França voltam a desiludir

O cenário nas bancadas durante a final feminina de sábado
O cenário nas bancadas durante a final feminina de sábadoReuters
Apesar de o Open de França ter proporcionado uma final feminina de grande qualidade, em instalações de última geração, foi a visão embaraçosa de lugares vazios - em especial nos camarotes das empresas - que ficará na memória após a edição deste ano de Roland Garros.

A directora do torneio, Amelie Mauresmo (43 anos), disse este domingo que o Open de França bateu "o recorde com 630.000 pessoas no total, em comparação com 613.000 no ano passado, com maior conforto".

No entanto, muitos desses espectadores não conseguiram ocupar os seus lugares.

O almoço ou um aperitivo foi sempre uma prioridade para a maioria dos convidados, e alguns deles deixaram o estádio a meio da tão esperada meia-final masculina entre Carlos Alcaraz e Novak Djokovic.

Os camarotes corporate, onde os patrocinadores oferecem sobretudo lugares aos seus convidados, estavam quase todos vazios na segunda meia-final masculina, entre Casper Ruud e Alexander Zverev.

Vários jogos femininos foram disputados em frente a bancadas meio vazias, o que resultou em imagens de fraca qualidade quando as câmaras de televisão pairaram sobre o estádio.

Ons Jabeur (28 anos), uma das mais cotadas do sorteio feminino, disputou o seu jogo dos quartos de final perante um público escasso, um aspecto que a própria tunisina reconheceu.

"Foi muito bom ver os tunisinos na multidão, porque sei que não havia bilhetes, e foi terrível ver o estádio vazio, porque havia muitos tunisinos que queriam vir ver-me jogar", disse.

Nos outros torneios do Grand Slam, é raro ver lugares vazios.

Um ano antes dos Jogos Paralímpicos de Paris-2024, as bancadas da federação francesa (FFT) estiveram quase vazias durante uma meia-final de pares femininos em cadeira de rodas.

No ano passado, os titulares de licenças da FFT com bilhetes que normalmente só davam acesso aos courts exteriores dispuseram de uma atualização - Annexe Up - que lhes permitia ocupar lugares vazios no court principal até à chegada do titular do bilhete inicial.

No entanto, esta oferta não foi renovada este ano, embora alguns espectadores sem bilhetes para os courts principais tenham sido ocasionalmente autorizados a entrar na Philippe Chatrier.

"Algumas pessoas também gostam de passear pelas ruas. E se um jogo for aborrecido, e eu já vi alguns e não vou dizer os nomes, talvez queiram ir ver outro jogo", disse o presidente da FFT, Gilles Moretton, aos jornalistas este domingo.

"Há espaço para melhorias, é verdade, mas também aceitamos as nossas diferenças", acrescentou.

A sessão noturna, com um jogo, foi antecipada meia hora para as 20:30, o que permitiu evitar problemas de transporte.

"Isto melhorou muito a situação", disse Mauresmo, apesar de nenhuma das dez sessões nocturnas ter tido jogos femininos pelo segundo ano consecutivo, com a número três mundial Jessica Pegula a dizer que as mulheres foram "subvalorizadas".

"Podemos fazer melhor nos jogos noturnos", disse Mauresmo, sem entrar em mais pormenores.