Djokovic ganhou agora mais um do que o rival Rafael Nadal (37).
"Ele tem este software na cabeça que pode mudar quando chega um Grand Slam. Aqui é um desporto diferente em comparação com outros torneios. Ele mudou o seu software", disse Ivanisevic, um antigo campeão de Wimbledon: "Ele é inacreditável e continua a mover-se como um gato no court. Ele está lá. Como o Ninja, está em todo o lado. É fascinante ver, porque às vezes pensamos, ok, agora temos 23. Mas ele quer mais, ganhar 24, talvez 25, quem sabe onde vai terminar."
Num dia histórico no Court Philippe Chatrier, Djokovic venceu o seu 21.º jogo consecutivo em torneios do Grand Slam, tornando-se o único homem a conquistar cada um dos quatro majors - Open da Austrália, Open de França, Wimbledon e Open dos Estados Unidos - pelo menos três vezes.
O início da época de terra batida este ano não foi fácil, com o sérvio a não conseguir vencer qualquer evento antes do seu triunfo em Paris.
"Ao chegar a este torneio, ele não veio com uma confiança e uma forma inacreditáveis. Não estava preocupado. Disse em Monte-Carlo que não contava com estes torneios. O único torneio que conta é este", disse Ivanisevic, que se tornou treinador de Djokovic em 2019: ""No dia em que chegámos aqui, ele estava melhor, estava mais motivado, tinha mais fome. Todos os dias jogava cada vez melhor... e hoje acabou o que começámos em Monte-Carlo e agora é dia de pagamento. Vamos descontar o cheque".
Djokovic, que perdeu apenas dois sets em todo o torneio, também derrotou o cabeça-de-série Carlos Alcaraz (20) nas meias-finais, com o espanhol a sofrer de cãibras ao fim de dois sets e com o seu jogo a entrar em colapso.
JOGADOR EXIGENTE
Vencer a final de domingo não foi fácil, nem para o jogador nem para o seu treinador.
"Ele acorrentou-nos com algemas durante três dias", disse Ivanisevic: "Ele não é um tipo fácil, digamos assim. Especialmente quando algo não está a correr como ele quer. Mas estamos aqui para dar o nosso melhor e para sermos derrotados. É para isso que serve a equipa. Ele estava a torturar-nos, a tirar-nos as unhas. Muitas outras coisas, mas não posso dizer-vos isso. Mas ainda estamos aqui, estamos vivos. O meu coração ainda está bem. Sou um homem velho, preciso de ter cuidado com o meu coração".
Apostar contra a possibilidade de Djokovic ganhar mais Majors deve vir com um aviso, disse o seu treinador.
"O Novak sabe. O Novak espera. Como o (antigo jogador Andy) Roddick disse, eu li, ele leva as pernas, depois leva a tua alma, depois cava a tua sepultura e tens um funeral e estás morto. Adeusinho. Obrigado por terem vindo".