Nos onzes iniciais, a novidade foi o regresso de Kulusevski na formação de Conte, que fez companhia a Son e a Harry Kane no ataque dos Spurs. Já Arteta deixou o português Fábio Vieira no banco e Cédric de fora dos convocados.
Neste dérbi do norte de Londres, o Arsenal procurava dar seguimento à excelente temporada e aumentar a vantagem na liderança do campeonato para oito pontos, isto em casa do maior rival, que independentemente do desfecho vai terminar a jornada no quinto lugar, mas em caso de vitória fica a dois pontos dos quatro primeiros.
Entrada de campeão
A viver um dos melhores momentos dos últimos anos, os gunners subiram ao relvado sem dúvidas ou meias questões. Aproveitando um Tottenham mais reativo do que ativo, tomaram controlo do encontro e desde cedo somaram ocasiões para inaugurar o marcador, com Nketiah e Partey a colocaram Lloris em sentido nos primeiros 10 minutos.
Já depois de Nketiah e Partey terem ameaçado a baliza de Lloris, o francês ficou mal na fotografia no tento inaugural. Num lance típico de Saka, dentro de área e junto à linha final, o extremo tentou um cruzamento forte para a pequena área que foi contra o corpo do guardião e entrou na baliza.
O Tottenham respondeu de imediato, numa rara incursão ofensiva de Sessegnon, que à entrada da área fez um grande passe para Son, mas o sul-coreano foi negado por uma excelente intervenção de Ramsdale.
À exceção desse lance, a turma de Arteta manteve-se por cima do encontro e com confiança para arriscar na meia distância. Odegaard, para defesa de Lloris, e Partey, com um estouro de primeira ao poste, fizeram os avisos para o que viria a seguir.
Aos 36 minutos, o médio norueguês teve espaço à entrada da área e não perdoou, com um remate rasteiro e colocado.
As estatísticas não mentiam: aos 43 minutos, o Tottenham tinha apenas um toque na área adversária, em contraste com os 19 do Arsenal. No entanto, já perto do descanso, Harry Kane cabeceou para uma boa intervenção de Ramsdale que, apesar de uma primeira parte calma, foi obrigado a duas boas defesas para segurar a vantagem.
Saber sofrer
No reinício, sem alterações dos dois lados, o Tottenham entrou de cara levada e Kane e Sessegnon estiveram muito perto de reduzir a diferença, travados por Ramsdale nas duas ocasiões. O guarda-redes foi de extrema importância para os visitantes susterem 15 minutos muito fortes dos anfitriões.
O Arsenal voltou à carga num lance em que até pediu segundo cartão amarelo para Romero, o lance continuou e culminou com um bom trabalho de Nketiah na área, só que o remate saiu fraco.
Pressionado pelo ímpeto ofensivo dos spurs, com Kulusevski em evidência, o Arsenal baixou linhas, tentou pautar o ritmo e explorar as transições com poucos elementos no ataque. Numa dessas saídas, Xhaka serviu Nketiah na área, mas o avançado esbarrou novamente em Lloris.
Ainda insatisfeito, Conte colocou a carne toda no assador com as entradas de Richarlison, Perisic e Bissouma, retirando os dois laterais e o médio mais recuado. Os anfitriões começavam a justificar o golo, mas Ramsdale continuou imóvel perante as tentativas de Richarlison e Son.
Numa exibição de campeão, que mostrou qualidade no primeiro tempo e resiliência no segundo, o Arsenal conquistou o primeiro triunfo em casa do maior rival desde 2013/14, com Arteta como capitão, e tem agora oito pontos de vantagem no topo da tabela.