Macron disse que esperava muito que Nakamura, a cantora francesa mais ouvida em todo o mundo, fosse escolhida para a cerimónia de 26 de julho, junto ao rio Sena.
"Fiquei chocado com algumas reações. Houve reações verdadeiramente racistas", declarou à BFM TV e à rádio RMC. "Espero que ela acabe por fazer parte da lista... porque está entre os grandes artistas franceses e os mais populares em todo o mundo".
Nakamura foi alvo de uma polémica política e nas redes sociais no mês passado, após rumores de que Macron queria que ela cantasse canções da lenda francesa Edith Piaf na cerimónia.
A sua música é influenciada pela música zouk das Índias Ocidentais, misturada com RnB americano e Afrobeats. A sua canção mais conhecida, Djadja, teve cerca de mil milhões de visualizações só no YouTube.
Os políticos de extrema-direita afirmaram que ela não representa a França e não deveria estar presente na cerimónia. No mês passado, Marine Le Pen, líder do Rassemblement National (RN), acusou Macron de tentar "humilhar o povo francês".
Os apoiantes de Nakamura dizem que não há melhor forma de mostrar a vibração e a diversidade da cultura francófona moderna.
Depois de a controvérsia ter vindo à tona, Nakamura disse aos seus detratores no X no mês passado: "Pode-se ser racista mas não se pode ser surdo... É isso que vos magoa! Estou a tornar-me o assunto número um nos debates, mas o que é que vos devo? Nada".
Na entrevista de segunda-feira, Macron disse que algumas pessoas não compreenderam e não se aperceberam de que haveria também muitos outros artistas escolhidos pelo diretor da cerimónia, Thomas Jolly, para a cerimónia de 26 de julho, que dará início aos Jogos Olímpicos.