100 dias para os Jogos Olímpicos de Paris 2024: uma contagem decrescente sob tensão

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100 dias para os Jogos Olímpicos de Paris 2024: uma contagem decrescente sob tensão
A tensão é palpável nas ruas de Paris
A tensão é palpável nas ruas de ParisAFP
A 100 dias da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, os locais de competição estão prontos e as principais preocupações centram-se na segurança, especialmente a cerimónia de abertura no rio Sena, que constitui um grande desafio.

A chama olímpica foi acesa na terça-feira, em Olímpia, e fará uma longa viagem pela Grécia antes de chegar a Marselha, a 8 de maio, onde iniciará uma viagem por toda a França até à abertura dos Jogos, a 26 de julho, que a levará até às Antilhas e à Polinésia Francesa.

Uma abertura que gera dúvidas

A ambição de realizar uma cerimónia de abertura histórica, pela primeira vez fora de um estádio e num local tão simbólico como o rio Sena, tornou-se uma dor de cabeça devido aos dispositivos de segurança.

Na segunda-feira, o Presidente francês Emmanuel Macron reafirmou a intenção de manter a ideia inicial, ao mesmo tempo que alimentou a especulação de que, em caso de ameaça grave, existem "planos B e C". É a primeira vez que se admite a hipótese, até agora excluída pelas autoridades, de que é possível que o evento se realize no interior do Stade de France, em Saint-Denis (arredores a norte de Paris).

O contexto internacional acrescenta tensão a esta questão: o conflito continua entre a Rússia e a Ucrânia, enquanto a situação no Médio Oriente se agravou com o recente ataque do Irão a Israel.

Em França, o Plano Vigipirate aumentou recentemente o nível de alerta para "Ataque Urgente" após um ataque em Moscovo, a 22 de março, reivindicado pelo Estado Islâmico.

"É evidente que o contexto é de tensão", confirmou uma fonte de segurança à AFP, embora a ministra dos Desportos, Amélie Oudéa-Castera, tenha explicado que até ao momento não foi detectada qualquer ameaça específica aos Jogos.

A abertura no Sena continua a ser o "plano principal" e é "muito provável" que seja o local da cerimónia, disse o presidente do comité organizador, Tony Estanguet, à rádio RFI na terça-feira.

O desafio do transporte

Apesar da mobilização das autoridades sobre esta questão, estarão os transportes preparados para absorver o fluxo de espectadores dos Jogos Olímpicos no verão parisiense?

O metro da capital francesa não dá sinais de melhoria e ainda estão a decorrer negociações sobre as indemnizações aos trabalhadores que serão mobilizados pelas empresas públicas responsáveis, a SNCF (estatal) e a RATP (regional).

"Se as coisas correrem mal (durante os Jogos Olímpicos), a imagem da França será prejudicada", advertiu Jean Castex, antigo primeiro-ministro francês e atual presidente da RATP.

A alimentar os receios das autoridades estão as ameaças de greve de alguns sindicatos.

Quanto aos aeroportos parisienses de Roissy e Orly, que serão as duas principais portas de entrada em França para as delegações estrangeiras, as autoridades preparam-se para receber mais de 60.000 delegados acreditados a partir de 18 de julho, data da abertura oficial da Aldeia Olímpica.

Paris começa a transformar-se

A capital está a começar a ganhar uma atmosfera olímpica. As primeiras instalações olímpicas na Place de la Concorde e no Champ de Mars começam a aparecer na paisagem urbana da cidade e os motores começam a aquecer.

As inaugurações das instalações tiveram lugar entre fevereiro e abril, com a entrega das chaves da Aldeia Olímpica, da Media Village, da Marina de Marselha e do Centro Aquático de Saint-Denis. Desde 29 de fevereiro, os organizadores estão a preparar os 3.000 apartamentos da Aldeia Olímpica, que deverá acolher 14.500 pessoas, entre atletas e membros das delegações.

A ameaça russa continua presente

Embora a questão da participação dos atletas russos continue sujeita à situação atual, estes continuam a ser autorizados a participar sob uma bandeira neutra e sujeitos a condições rigorosas. Não estarão presentes na cerimónia de abertura. Os bielorrussos também estão proibidos de participar no desfile ao longo do Sena.

A Presidente da Câmara de Paris, Anne Hidalgo, afirmou, numa recente deslocação a Kiev, que os russos "não são bem-vindos" na sua cidade.

Segundo Macron, a Rússia poderia tentar perturbar os Jogos Olímpicos em Paris, uma acusação rejeitada por Moscovo. A cibersegurança é outra grande preocupação das autoridades.