Brittney Griner foi detida na Rússia em fevereiro de 2022, na posse de um vaporizador e de um líquido contendo cannabis, um produto proibido na Rússia, e condenada a nove anos de prisão. Foi libertada em dezembro de 2022, no âmbito de uma troca de prisioneiros.
O seu cativeiro fê-la sentir-se por vezes "menos do que humana", disse a jovem de 33 anos numa entrevista ao canal de televisão americano ABC.
"Houve alturas em que pensou em acabar com tudo?", perguntou-lhe o jornalista, num excerto da entrevista transmitida esta terça-feira.
"Sim, eu achava que não era capaz de suportar o que tinha de enfrentar", respondeu Brittney Griner, emocionada.
"O colchão tinha uma enorme mancha de sangue. Não tinha sabonete nem papel higiénico. Nessa altura, senti-me menos do que humana", acrescentou a jogadora de basquetebol sobre as suas condições na prisão.
Quando foi condenada a nove anos de prisão, "tinha medo de tudo o que podia acontecer, estava a entrar no desconhecido", disse Griner, que na altura jogava num clube russo durante a época baixa da liga profissional americana WNBA.
Esta terça-feira, a ABC publicou extractos da entrevista, que será transmitida na íntegra a 1 de maio. No próximo mês, Griner vai publicar um livro sobre o seu tempo na prisão, intitulado "Coming home".
Duplamente campeã olímpica (2016 e 2021), Griner integrou no início de abril o último estágio da equipa dos Estados Unidos, em preparação para os Jogos Olímpicos de Paris (26 de julho a 11 de agosto).
A figura da comunidade LGBT+, nove vezes All-Star da equipa WNBA Phoenix Mercury, tinha avisado que não voltaria a jogar no estrangeiro, à exceção de uma eventual convocatória para os Jogos Olímpicos.