Ciclismo: A Volta é o que move Mauricio Moreira e a sua Glassdrive-Q8-Anicolor

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Ciclismo: A Volta é o que move Mauricio Moreira e a sua Glassdrive-Q8-Anicolor
Mauricio Moreira venceu a Volta a Portugal em 2022
Mauricio Moreira venceu a Volta a Portugal em 2022Facebook/Volta a Portugal
Mauricio Moreira acredita estar no “caminho certo” rumo à Volta a Portugal em bicicleta, desejando que a prova seja novamente conquistada pela Glassdrive-Q8-Anicolor, mas com contornos diferentes dos de 2022, quando disputou a amarela com o companheiro Frederico Figueiredo.

Foi um Mauri igual ao de sempre que a agência Lusa encontrou na Volta ao Alentejo em bicicleta, uma das provas que o catapultou para o estrelato no ciclismo nacional em 2021, visivelmente descontraído depois de ter inaugurado o seu palmarés esta temporada na Clássica da Primavera.

“A verdade é que ter começado de uma forma diferente do ano passado já é muito bom. Não tive a maior das sortes na Clássica da Figueira e no Algarve, mas tudo mudou mais cedo do que no ano passado. Acho que estamos no caminho certo e eu espero bem que tudo continue assim”, assumiu, em declarações à Lusa.

Para Moreira, o início da época “não foi perfeito a 100%”, devido às quedas sofridas na Figueira e na Volta ao Algarve, mas “foi melhor do que o ano passado, o que já é uma conquista”.

“Sem dúvida que começar a época com uma vitória é logo diferente. Dá para ver que as coisas estão a ser bem feitas, dá logo um bocadinho mais de tranquilidade quanto ao que resta da época e tentaremos seguir da mesma maneira”, afirmou.

O uruguaio de 27 anos teve um início de 2022 atribulado, contraindo covid-19 antes da Prova de Abertura e tardando a recuperar de uma lesão no joelho direito, mas viveu a maior das alegrias em agosto, quando se sagrou campeão da Volta a Portugal, roubando a amarela ao colega Frederico Figueiredo no contrarrelógio do último dia.

“O objetivo é ganhar a Volta. Se é para mim, é para mim. Se é para um colega, é para um colega. O importante é que esse título fique dentro da Glassdrive-Q8-Anicolor, vamos dar tudo para isso”, antecipou.

Quando fala de defender o título na prova rainha do calendário, Mauri repete que é o seu objetivo e da equipa, nunca o assumindo como um propósito individual, numa ode ao espírito coletivo que tanto caracterizou a Glassdrive-Q8-Anicolor na passada edição da Volta.

“Isso não muda, não vai mudar, e acho que é a nossa chave: a união da equipa em prol de todos, de trabalhar todos juntos e que não há individualismos. Desde que a equipa ganhe, é bom”, garantiu.

No entanto, o também segundo classificado da Volta-2021 atrás do agora desclassificado Amaro Antunes – a atribuição da vitória na geral ao uruguaio continua em avaliação pela Federação Portuguesa de Ciclismo – tem um desejo para a 84.ª edição da prova, que decorre entre 09 e 20 de agosto: não ter de voltar a discutir a geral até ao último dia com um colega e amigo.

“Todos sabemos como foi a Volta. O que podemos dizer, a verdade, é diferente, porque de fora há muitas coisas que não se veem. De uma coisa, sim, não tenho dúvidas, é que se é para eu ganhar, que não seja da mesma forma. Se é para o Fred ganhar, que não seja da forma que eu ganhei, porque não é bom para ninguém. Não é um momento bonito. Desde que fique na equipa, que não seja da mesma maneira”, confessou.

O estatuto de Moreira no atual pelotão nacional é único, ou não fosse ele o derradeiro campeão da Volta no ativo, uma constatação que fez o uruguaio arregalar os olhos de espanto.

“Por acaso, não sabia”, reconheceu, defendendo que não é essa realidade que aumentará a responsabilidade que já sente: “Acho que a pressão de fora temos de aprender a lidar com ela. Eu sou uma pessoa que já por si só coloco pressão a mais pessoalmente sobre mim. Então, tento que a pressão de fora ‘escorregue’ um bocado, se não torna-se muito difícil”.

Complicado é, ainda, lidar com os efeitos da fama trazida pela amarela que levou para casa em Gaia, em 15 de agosto do ano passado.

“É difícil, a verdade é que é difícil. Continuo a ser a mesma pessoa que era antes de ganhar a Volta e continuo a ser uma pessoa que gosta de estar sossegada no meu cantinho, com as pessoas mais próximas”, descreveu o tímido mas afável uruguaio, apontando a atenção mediática - e não só - como a única mudança na sua vida desde que conquistou a prova rainha do calendário nacional.

“O resto continua tudo igual”, rematou.