Entrevista Flashscore a Zé Roberto: "Wendell cresceu muito no FC Porto e merece a seleção"

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Entrevista Flashscore a Zé Roberto: "Wendell cresceu muito no FC Porto e merece a seleção"
Zé Roberto continua a ser um ídolo na Bundesliga
Zé Roberto continua a ser um ídolo na BundesligaProfimedia
Aos 49 anos, retirado há seis, Zé Roberto continua ligado ao futebol. O ex-jogador da seleção brasileira, agora mentor de alto rendimento e embaixador da Betsson, falou ao Flashscore no SBC Summit Rio, uma feira da indústria de jogos e apostas.

A conversa com Ricardo Duarte, Audio Country Manager do Flashscore Brasil, é destaque no último episódio do Flashscore Podcast, que também cobre a reta final do Campeonato Paulista, Pernambucano e Paranaense com a participação dos narradores do Flashscore, Eduardo Geraque e Fabio Azevedo.

Nesta entrevista, Zé Roberto saudou a regulamentação das apostas no Brasil, que considera benéfica para os atletas. O ex-jogador também enumerou o que precisa ser melhorado na seleção canarinha e no futebol brasileiro, além de se entusiasmar com a grande fase do seu ex-clube, o Bayer Leverkusen, que elegeu como a melhor equipa da Europa na atualidade.

- Atualmente, está muito envolvido no mundo das apostas, inclusive como embaixador da Betsson. Acha que a regulamentação é importante para os desportistas?

- Claro que sim. É importante que os desportistas saibam distinguir. Claro que sabem, mas é para que não haja conflitos. Esta transparência é muito importante.

- Pode ser uma defesa para os desportistas?

- Sem dúvida. Sobretudo porque os atletas estão sempre muito expostos no seu quotidiano. E hoje, com o avanço da tecnologia, podemos ser vistos na nossa própria casa. Então, essa transparência e essa regulamentação serão muito importantes para que os atletas possam exercer a sua profissão, e também para que os adeptos saibam que existe uma regulamentação. O atleta vai manter-se, e deve manter-se sempre, cem por cento profissional.

- Fala em alto rendimento, e talvez seja um dos principais símbolos disso. Falta rendimento ou cabeça à seleção brasileira?

- O futebol mudou muito. Antigamente, a seleção ganhava muito destaque a jogar um futebol em que prevalecia a técnica e o ritmo. Nos últimos anos, isso mudou e tudo ficou muito nivelado. O Brasil tem de entender que o futebol evoluiu e mudou. Hoje não dá para jogar só com talento. Se não tivermos desempenho físico, ficamos para trás, porque o futebol tornou-se muito físico.

Zé Roberto durante o Mundial de 2006
Zé Roberto durante o Mundial de 2006Profimedia

O futebol brasileiro está a perceber isso pouco a pouco e está a implementar novos métodos de treino, para que os clubes possam formar jogadores com esta mentalidade do futebol moderno. É claro que tem de melhorar e progredir em muitas coisas, mas acho que está no caminho certo. Tivemos uma mudança recente, o Dorival foi eleito o novo selecionador e, na sua primeira convocatóeia, mudou o grupo de jogadores que estava lá desde a época do Tite. O Diniz manteve a base, e o Dorival mudou muitas peças. Essa mudança é necessária. Essa mudança de filosofia, dentro do futebol moderno, tem de existir. O Dorival tem muito disso. Espero que o Brasil volte a jogar o futebol que sempre jogou.

- Gostou dessas mudanças?

- Gostei. Havia alguns nomes interessantes. O Wendell, do FC Porto, cresceu muito nas últimas temporadas. Vem de uma longa carreira na Alemanha e desenvolveu-se muito. E, nos dois anos em que esteve no FC Porto, conseguiu atingir um nível que mereceu a sua convocatória. Há também o Savinho, do Girona. Está a fazer uma grande época e é um jogador jovem. É preciso sangue novo. Dorival deu essa oportunidade a jogadores mais jovens.

Zé Roberto elogiou a primeira convocatória de Dorival Júnior
Zé Roberto elogiou a primeira convocatória de Dorival JúniorProfimedia

- Como tem visto o "seu" Bayer Leverkusen?

- Para mim, o Leverkusen vai ser campeão da Bundesliga. Estão a bater o recorde de jogos sem perder, com golos, um modelo de jogo. Xabi Alonso chegou e, em muito pouco tempo no clube, implementou a sua filosofia de trabalho, encaixou as peças. Hoje, o Leverkusen, juntamente com o City, são as duas equipas que praticam o melhor futebol da Europa. E o Leverkusen tem tudo para ganhar, não só a Bundesliga, mas também as outras competições em que participa. O Xabi Alonso está a fazer um grande trabalho e tenho a certeza de que a recompensa virá, que são os títulos.

- Vai comemorar esses títulos?

Claro, porque se o Leverkusen ganhar a Bundesliga será o primeiro título da história do clube. Quando eu jogava lá, batíamos na trave. Na temporada 2001/02, chegamos à final da Liga dos Campeões, disputamos a final da Taça da Alemanha e lutámos pelo título da Bundesliga com o Bayern de Munique até os últimos jogos. Mas este ano acho que tudo vai correr bem, porque estamos a jogar um grande futebol a dez jogos do fim da Bundesliga. Incentivamos o Leverkusen a ganhar, a fazer história e também a nivelar um pouco o campo de jogo.

- O futebol brasileiro está a passar por uma grande turbulência, com ataques ao autocarro do Fortaleza, jogadores a dizerem que é mentalmente desgastante. Para si, o que é que está errado no futebol brasileiro? O que é que tem de ser feito?

- Tem que haver punição. Enquanto não houver punição, enquanto a lei não for aplicada, não posso nem dizer que são adeptos, são hooligans. Os hooligans vão andar entre famílias, dentro do estádio, a atacar os jogadores. Só espero que os hooligans sejam punidos severamente antes que aconteça algo mais grave aos jogadores. Não existe isso. O futebol brasileiro precisa de melhorar em muitos aspetos. Não só o futebol, mas também a organização, a segurança.... Há muitas coisas para melhorar.