Acompanhe aqui as incidências do encontro
No início, ninguém esperava que esta equipa do PSG, em transição com um plantel rejuvenescido após as saídas de Lionel Messi e Neymar no ano passado, conseguisse vencer a Liga dos Campeões esta época.
Mas a constatação de que Kylian Mbappé não ficaria para além do final do contrato após esta campanha ajudou a concentrar as mentes, com o avançado a informar o clube dos seus planos após a vitória sobre a Real Sociedad nos oitavos de final. Depois veio o sorteio dos quartos e das meias-finais que colocou o campeão francês numa rota favorável para chegar à final.
A equipa de Luis Enrique, que não convenceu na fase de grupos, mas que chegou ao jogo da primeira mão contra o Barcelona com uma série de 27 jogos sem perder, que durou cinco meses, e poupada à possibilidade de defrontar Manchester City, Real Madrid, Bayern de Munique ou Arsenal antes da final.
A vitória contra um Barça que já não é a força de outrora permitiria um confronto com o Atlético de Madrid ou o Borussia Dortmund nas meias-finais, o sorteio mais simpático possível, apesar de nenhuma das equipas poder ser encarada com desprezo ou facilitismo.
No entanto, o desempenho do PSG contra o Barcelona na última quarta-feira deixou claro que a turma de Luis Enrique está longe de ser uma equipa completa, e o seu jogador mais importante não está na sua melhor forma.
Com 39 golos esta temporada, os parisienses precisam de Mbappé no topo da sua forma se quiserem ir até ao fim e acabar com a estadia de sete anos do capitão francês no clube, conquistando pela primeira vez o maior prémio do futebol europeu.
Mas não jogou bem no primeiro duelo contra o Barcelona, em que os tentos do PSG foram marcados por Ousmane Dembele e Vitinha, enquanto o astro arrastava pelo flanco esquerdo. Isso levantou questões sobre a forma como Luis Enrique está a lidar com o avançado vencedor do Mundial de 2018.
Desde que anunciou a saída, nos últimos sete jogos só por uma vez disputou os 90 minutos e o treinador tem insistido que precisa de se preparar para um futuro sem Mbappé.
Dúvidas sobre Donnarumma
A exibição de Gianluigi Donnarumma na primeira mão foi apenas o mais recente exemplo de que as fraquezas do guarda-redes italiano ficam expostas ao mais alto nível. Também não foi ajudado pelos defesas à sua frente, já que o defesa central Lucas Beraldo - o brasileiro de 20 anos contratado em janeiro - nunca tinha participado num jogo tão importante da Liga dos Campeões.
"Pequenos detalhes fizeram a diferença e há coisas que não podemos aceitar na segunda mão. Não temos escolha, temos de ir lá e ganhar", disse o capitão Marquinhos após o jogo em Paris, referindo-se ao primeiro e terceiro golos do Barcelona em particular.
A eliminação nos quartos de final não seria propriamente um escândalo, tendo em conta a situação atual do PSG, mas seria uma maneira dececionante de encerrar a era Mbappé e uma oportunidade desperdiçada.
Não que se deva perder a esperança - afinal, Luis Enrique estava no comando do Barcelona quando este venceu o PSG nos oitavos de final da competição em 2017, apesar de ter perdido por 4-0 na primeira mão. O Barça passou ao vencer por 6-1 na segunda mão, apesar de ter a vantagem de jogar em casa nessa segunda partida.
O PSG - que não jogou para o campeonato este fim de semana - também deverá estar muito mais forte na terça-feira, uma vez que Achraf Hakimi, muito influente na lateral direita, regressa de suspensão. Mbappé também pode sentir que tem algo a provar e se estiver ao seu melhor nível, tudo é possível.
"Não tenho dúvidas de que podemos dar a volta e vamos dar. Esse é o meu objetivo", disse Luis Enrique.