A equipa sediada em Silverstone, propriedade do bilionário canadiano Lawrence Stroll, terminou a temporada passada em sétimo lugar, mas agora ocupa o terceiro posto - depois de um longo período em segundo -, atrás da líder Red Bull e da antiga campeã Mercedes.
Fernando Alonso, o bicampeão mundial que trocou a Alpine, propriedade da Renault, pela Aston Martin no final do ano passado, subiu ao pódio seis vezes em oito corridas, com dois segundos lugares.
O espanhol é o melhor dos restantes, atrás do líder absoluto da Red Bull, Max Verstappen, e Sergio Perez na classificação dos pilotos.
A Alpine, que terminou em quarto lugar na classificação dos construtores na época anterior, esperava reduzir a diferença para os três primeiros, mas está em quinto lugar, com a dupla francesa Esteban Ocon (26) e Pierre Gasly (27) em nono e 10.º na tabela dos pilotos.
"Penso que foi um teste à realidade para a Mercedes, Ferrari e para nós", disse Rossi aos jornalistas na fábrica da Alpine em Enstone, após uma apresentação estratégica.
"Para todos. Para todo o desporto. Estávamos confortáveis a pensar que estávamos em ascensão, e todos os outros estavam, e de repente há alguém a dar um salto por cima de todos", apontou.
Abanão
A Aston Martin recrutou pessoal técnico importante da Red Bull - nomeadamente o diretor técnico Dan Fallows - e dos fornecedores de motores Mercedes, mas Rossi referiu que além disso também deram um abanão nas formas tradicionais de pensar.
"É uma indústria que tem vindo a fazer mais ou menos a mesma coisa há muito tempo e parece que se tornou uma norma achar que é preciso muito tempo para chegar lá (ao topo). É verdade para tudo, para os carros de estrada. Eles (Aston) mudaram algumas coisas, mais rápido, de forma diferente, arriscaram um pouco mais e valeu a pena", admitiu.
Rossi disse que a Alpine precisa de tentar imitar isso, acelerando processos para colocar peças melhoradas no carro, assumindo mais riscos e usando a sua força como equipa de trabalho. No ano passado, a Alpine embarcou num plano de 100 corridas, o equivalente a quatro ou cinco anos, para chegar ao ponto de lutar por títulos.
"As pessoas começam a coçar um pouco mais a cabeça e a pensar que talvez estejamos a ser demasiado conservadores, talvez estejamos a fazer demasiadas validações, talvez possamos encurtar o processo aqui e ali", disse Rossi.
"Apercebemo-nos de que, ao longo do tempo, construímos tantos passos extra cautelosos porque um dia abordamos o problema e dizemos a nós próprios 'OK, da próxima vez fazemos sempre isto'. Agora olhamos para o problema e, em retrospetiva, talvez já não seja necessário. Por isso, estamos a rever muitas coisas", confessou.