“É uma estreia, não queremos pôr as expectativas muito elevados. O Filipe vai como número nove do ranking. Dentro de mais de uma centena de atletas que estão no ranking, estar nos melhores 10 já é uma conquista por si só”, disse o treinador André Campos à agência Lusa.
O técnico do estreante triatleta Filipe Marques admite que, depois de conseguir estar entre os melhores, “tudo o que vier é bom”, assumindo um objetivo maior: “Entrar no top 5 seria um excelente resultado”.
No triatlo paralímpico, os atletas cumprem 20 quilómetros de bicicleta, cinco quilómetros de corrida e 750 metros de natação, este último setor nas águas do rio Sena, que mereceram várias críticas durante as competições olímpicas.
Além da qualidade da água, André Campos assume que a forte corrente do rio, visível nas provas olímpicas de triatlo, pode ser um problema acrescido, atendendo ao facto de estarem em competição alguns atletas com limitações nos membros superiores.
O treinador, que assume que a natação “é o melhor segmento do Filipe”, de 26 anos, refere que o percurso escolhido para a prova, “no coração de Paris, é muito bonito”, mas alerta para a necessidade “de a saúde dos atletas ter de estar em primeiro lugar".
Lembrando que os dois últimos campeonatos da Europa foram disputados no modelo duatlo, devido à qualidade da água, e que o evento teste dos Jogos, previsto para Paris, não se realizou, André Campos entende que a organização podia encurtar a prova de natação, ou fazê-la a favor da corrente.
A estreia do triatlo português nos Jogos Paris-2024 é vista pelo técnico como “uma demonstração do trabalho feito pela federação da modalidade no paratriatlo e num triatlo mais inclusivo”.
Além do triatlo, Portugal vai estrear-se também nas competições de powerlifting, nos Jogos Paralímpicos Paris-2024, que começam na quarta-feira e nos quais apresenta uma comitiva de 27 atletas, que competirão num total de 10 modalidades.