Patrice Lagisquet avisa que Portugal não será "presa fácil" no Mundial de râguebi

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Patrice Lagisquet avisa que Portugal não será "presa fácil" no Mundial de râguebi
Patrice Lagisquet avisa que Portugal não será "presa fácil" no Mundial de râguebi
Patrice Lagisquet avisa que Portugal não será "presa fácil" no Mundial de râguebiFederação Portuguesa de Rugby
Selecionador garante que, apesar de os Lobos terem sido a vigésima e última equipa a garantir a qualificação para o Mundial de rugby do próximo ano, em França, estes não serão um alvo fácil de abater na maior competição de seleções.

O antigo jogador disse ainda que o Mundial deve servir como alavanca para o desenvolvimento de seleções como a de Portugal, à semelhança do que vem acontecendo com a Geórgia, que recentemente alcançou uma vitória histórica, por 13-12, diante do País de Gales.

O conjunto luso conseguiu a última vaga no Campeonato do Mundo após um empate (16-16) com os Estados Unidos, no Dubai, qualificando-se por via da maior diferença de pontos em relação aos americanos, depois das vitórias anteriores sobre Hong Kong e o Quénia.

Assim, Portugal estará pela segunda vez presente na fase final da competição e novamente em França, depois de também lá ter chegado em 2017. Contudo, terão pela frente uma dura missão, tendo calhado no grupo C com Austrália, Fiji, Geórgia e País de Gales.

"Já conseguimos desafiar o Japão, a Itália e a Geórgia, mas teremos um enorme passo pela frente", disse Lagisquet, citado pela AFP. "O País de Gales e a Austrália estão noutro nível. Teremos de ver como nos vamos preparar, quantas semanas teremos e que jogos de preparação poderemos fazer", revelou.

"A ideia é que sejamos competitivos e, acima de tudo, que não sejamos presa fácil, como acabou por acontecer em alguns jogos em 2007", acrescentou.

No Mundial-2007, Portugal perdeu os quatro jogos da fase de grupos frente a Escócia, Itália, Roménia e Nova Zelândia, o último dos quais por 108-13.

Lagisquet, 46 vezes internacional por França, assumiu a seleção lusa no verão de 2019, depois de fechar um ciclo no Biarritz, equipa que conduziu por três vezes à conquista da liga francesa, bem como à vitória na European Challenge Cup.

A qualificação de Portugal, garante, trouxe-lhe "satisfação por fazer a equipa evoluir, por viver uma grande aventura, por construir algo".

Recuando ao momento em que aceitou o desafio de treinar os Lobos, o francês vincou que o plantel era composto por "um grupo de miúdos de 18 a 20 anos e vários jogadores que estavam longe de ter o nível necessário".

"Não foi uma tarefa fácil e houve algumas deceções. Tivemos de atrair o interesse de jogadores profissionais em França para permitir que os jogadores de Portugal se tornassem profissionais... Tivemos de combinar um conjunto de fatores para alcançar este resultado", explicou.

A receita para o sucesso

Lagisquet admitiu que o sucesso da mistura entre profissionais e amadores era algo incerto. "Eu queria mostrar que as minhas exigências eram iguais para todos", sublinhou, lembrando o triunfo sobre a Roménia e o impacto do mesmo para o grupo.

"Vencemos a Roménia no segundo nível do Torneio das Seis Nações, em 2020, e isso serviu como ponto de partida. Os jogadores celebraram juntos durante toda a noite e foi possível construir um plantel com experiências partilhadas. Houve também uma grande ambição da maior parte desses jogadores e isso foi fantástico de se experienciar, tudo o que deram em busca deste sonho que se tornou realidade".

Para o técnico, o exemplo a seguir é a Geórgia. "Disse desde o início que o modelo é a Geórgia. É uma nação que trabalhou muito o treino, que se desenvolveu e que está a mostrar um grande progresso. Portugal está a ter uma abordagem semelhante e isso deve ser destacado. World Rugby (entidade máxima da modalidade) devia providenciar recursos adicionais para que tenhamos, de facto, esta etapa de formação, de forma a expandirmos o lote de jogadores profissionais", apontou.

"Na seleção de Portugal, não há estrangeiros. A equipa é feita com jogadores portugueses ou com pais ou avós portugueses e, por isso, há uma forte ligação ao país", concluiu.