Râguebi: Portugal foi das “poucas equipas" que o Simon Mannix gostou no Mundial
O treinador neozelandês respondia desde Windhoek, através de uma plataforma digital, a uma pergunta sobre se já tinha tido a oportunidade de dialogar com o seu antecessor, Patrice Lagisquet, que “já conhecia” e com quem admitiu que teve “a felicidade de falar algumas vezes” após o último Mundial.
“Encontrei-o por casualidade, creio que em dezembro, e a primeira coisa que fiz foi dar-lhe os parabéns pelo râguebi que jogaram, que me chamou imenso a atenção pela estrutura e organização”, revelou Mannix.
O estilo de jogo que Portugal apresentou no último Mundial, de resto, corresponde à forma como Simon Mannix gosta de colocar as suas equipas a jogar.
“As filosofias são bastante semelhantes e estão em linha com o râguebi neozelandês. É muito melhor jogar no espaço do que ir contra a parede”, defendeu.
Mas, para “encontrar o espaço” e os “fundamentos de receber e passar” a bola há um trabalho de base que Mannix aponta à estrutura técnica da Federação Portuguesa de Râguebi.
“Houve muito trabalho invisível ao longo dos últimos anos no râguebi português, que agora começa a dar frutos em termos de uma geração que tem qualidade técnica para jogar a um nível muito alto”, elogiou.
Já sobre a componente física, admitiu que é “outro desafio” e que “os jogadores full time têm vantagem” pela possibilidade de “treinar e recuperar mais”.
“É mais difícil para os jogadores em Portugal, devido aos seus compromissos profissionais e académicos. Mas não estamos aqui para arranjar desculpas. Sabemos o que temos à disposição e só temos de fazer o melhor com isso”, atirou Simon Mannix.
A seleção portuguesa de râguebi defronta a Namíbia, no sábado, em Windhoek, e a África do Sul, dia 20, em Bloemfontein, em encontros que marcam a estreia de Simon Mannix no comando técnico dos‘lobos.
O neozelandês, apresentado em abril, sucede no cargo ao francês Patrice Lagisquet, que conduziu Portugal à primeira vitória de sempre num Campeonato do Mundo, frente às Fiji (24-23), no França-2023.
Entre a saída de Lagisquet e a chegada de Mannix, o francês Sebastien Bertrank foi apresentado como sucessor do seu compatriota, mas abandonou ao fim de um mês e os lobos foram provisoriamente orientados, no último Europe Championship, por uma equipa de consultores da World Rugby liderada pelo argentino Daniel Hourcade.