Mundial de Râguebi: De brincalhão a capitão corajoso, Siya Kolisi Kolisi atinge marco histórico

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Mundial de Râguebi: De brincalhão a capitão corajoso, Siya Kolisi Kolisi atinge marco histórico

Kolisi tornou-se uma figura icónica da África do Sul
Kolisi tornou-se uma figura icónica da África do SulReuters
Siya Kolisi (32 anos) será o capitão da África do Sul pela 50.ª vez, no confronto imperdível do Grupo B do Mundial de Râguebi, contra Tonga, em Marselha, esta domingo, algo que teria parecido fantasioso em seus primeiros anos, quando apenas ter comida na mesa era um desafio diário.

O flanqueador tornou-se uma figura emblemática do jogo, depois de ter ajudado a sua equipa a conquistar o título do Campeonato do Mundo de 2019, no Japão e é, sem dúvida, o desportista mais amado da África do Sul. Apenas John Smit tem mais presenças como capitão dos Springboks, com 83.

Kolisi nunca sonhou em jogar pela África do Sul quando cresceu em Zwide, uma região atingida pela pobreza, e muito menos em tornar-se um símbolo de uma equipa unida.

"Eu jogava râguebi porque gostava, porque me mantinha longe de problemas e porque a maioria dos meus amigos jogava. Definitivamente, eu não imaginava que estaria sentado aqui agora", disse ele aos jornalistas, esta sexta-feira.

A sua jornada como capitão começou com os Stormers em 2017, quando foi nomeado capitão pelo antigo centro Bok Robbie Fleck, e Kolisi admitiu que demorou algum tempo a adaptar-se às suas novas responsabilidades.

"Sempre fui o brincalhão da equipa, o malandro. O técnico Fleckie foi ao meu casamento e ouviu-me falar. Depois disso, ele disse: 'Acho que deverias liderar a equipa'", contou Kolisi.

"Ele deu-me a braçadeira de capitão, mas demorou um pouco. Eu era sempre o último a chegar à festa, o mais bêbado da sala, e agora tenho de ser algo diferente", confessou.

O diretor de râguebi dos Boks, Rassie Erasmus, também viu liderança em Kolisi e o simbolismo de torná-lo o primeiro capitão negro da África do Sul um ano depois, em 2018.

"O técnico Rassie conhece-me desde os 17 anos, Jacques (Nienaber) desde os 18. Eles sabem o tipo de pessoa que eu sou e construíram as coisas à minha volta. Na minha cabeça, ser capitão dos Springboks já é uma grande coisa, mas para tantas pessoas significava muito mais e eu não entendia o peso disso. Tive a sorte de ter os jogadores que temos no grupo: Duane (Vermeulen), Eben (Etzebeth), Pieter-Steph (du Toit) e Handre Pollard. Sinceramente, não o teria feito se não tivesse os jogadores que temos", assumiu.

Kolisi ainda carrega a sensação de jogar por mais do que os 33 membros do plantel do Mundial..

"Esmagar alguém, ser esmagado por alguém e dizer a essa pessoa: 'Vou-te dar o troco'. É preciso ter coragem para fazer isso", disse.

"Sabemos que não somos apenas nós em campo, mas também as pessoas em casa. É difícil, mas temos de ser corajosos", acrescentou.

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