Um pequeno pedaço da história da seleção francesa foi escrito na noite de sexta-feira, no Stade Velódrome de Marselha, e não apenas por causa da escala da derrota, a maior da era Fabien Galthié.
Ao entrar em campo aos 66 minutos, Nolan Le Garrec tornou-se o primeiro jogador nascido na Bretanha a vestir a camisola azul desde Gérard Bouguyon (9 jogos), do Finistère, em 1961.
"Estou muito orgulhoso. Estas são as minhas raízes. Sou muito ligado à minha região. Quando se é um jovem bretão, não é necessariamente o destino que está reservado para nós", disse após a sua "estreia um pouco dececionante".
O jogador nascido em Vannes já estava na moda há algum tempo. Depois de ter ido ao Japão para a digressão de verão de 2022, não teve oportunidade de jogar, nem contra a Itália no Torneio do ano passado, quando ficou no banco atrás de Antoine Dupont.
"Estava um pouco impaciente para voltar a entrar em campo", disse o scrum-half de 21 anos, que teve uma excelente primeira metade da temporada com o Racing 92.
"Pode não significar muito para algumas pessoas, mas para mim é muito importante. É uma grande honra poder ser um jogador da seleção francesa, e estou a ponderar bem as minhas palavras", assumiu.
Alldritt "lamenta"
O futuro internacional de Posolo Tuilagi, herdeiro de uma prestigiosa dinastia de jogadores de alto nível, foi traçado com mais clareza. Nascido em Samoa, numa latitude diferente da Bretanha, não estava necessariamente destinado a França.
No entanto, a transferência do pai Henry para o Perpignan entre 2007 e 2015 mudou tudo isso e, com apenas 19 anos, o colosso experimentou as alegrias de uma primeira convocatória para a seleção francesa, ao substituir Paul Gabrillagues aos 53 minutos do segundo tempo. Apesar de alguns lances característicos, não foi capaz de mudar o rumo de uma partida que começou mal.
"Gostaríamos de ter oferecido a Posolo e Nolan uma estreia um pouco mais festiva, como pudemos fazer nos últimos anos", lamentou o novo capitão dos Bleus, Gregory Alldritt, que havia transmitido a mesma mensagem no balneário pouco antes da partida, na conferência de imprensa após o jogo.
"O Greg disse-nos que lamentava um pouco que o nosso primeiro jogo tivesse corrido como correu", afirmou Le Garrec.
"Ele também nos disse que fazíamos parte do projeto, que iríamos seguir em frente. Espero que possamos contribuir muito mais nas próximas partidas", acrescentou.
Apesar de o substituto habitual de Dupont, Maxime Lucu, ter tido um jogo complicado contra os irlandeses - este ano está concentrado nos Jogos Olímpicos de Paris e no râguebi de sete - é pouco provável que a hierarquia no scrum-half mude. Pelo menos não imediatamente.
Com a suspensão de Paul Willemse após o cartão vermelho e a provável desistência de Romain Taofifenua, além das ausências de Thibaud Flament e Emmanuel Meafou por lesão, Tuilagi tem hipóteses de ser titular no próximo sábado, na Escócia.