No início deste outono, começou a trabalhar com a lenda alemã Boris Becker e, esta semana, revelou que Severin Lüthi, que treinou o ícone Roger Federer durante 15 anos, também fará parte da equipa em 2024.
É "incrivelmente emocionante", segundo o especialista em ténis Michael Mortensen, comentador do Eurosport.
"É uma grande declaração que Holger Rune faz aos outros jogadores ao ter dois perfis tão competentes na sua equipa. Becker, com a sua grande experiência de jogo, e Severin, que é tão hábil a nível analítico e que já treinou Federer. Para Holger, deve ser como entrar numa biblioteca cheia de livros inspiradores que ele pode simplesmente tirar das prateleiras", explicou.
Michael Mortensen salienta que os dois treinadores têm tipos de personalidade muito diferentes.
"Severin é muito introvertido e pode esconder-se um pouco, um pouco como o antigo treinador de Holger, Lars Christensen. É ponderado e equilibrado. O Becker é do tipo que se levanta e dá o peito. Vai ser emocionante ver como se encontram e dividem as tarefas entre eles", atirou.
Rune tem experiências mistas com o facto de ter dois treinadores ao mesmo tempo.
No final de 2022, começou a trabalhar com o treinador francês de topo Patrick Mouratoglou, que esteve com a equipa durante a maior parte de 2023, enquanto Lars Christensen também fazia parte da equipa. As coisas complicaram-se, admitiu Rune no início deste ano, e nos últimos meses deixou de trabalhar com ambos.
Mas como é que Rune evita que aconteça o mesmo com Becker e Lüthi?
"Há sempre o risco de demasiados chefes estragarem a comida. É importante que se sentem e falem sobre os papéis e funções e quem se concentra no quê. Holger precisa de saber quem tem as diferentes competências, especialmente quando estão presentes os dois treinadores", sublinha Michael Mortensen.
O próprio Rune considerou a sua época de 2023 uma desilusão. Tinha como objetivo ganhar o seu primeiro título de Grand Slam e tornar-se o número um do mundo. O dinamarquês de 20 anos alcançou os quartos de final do Open de França e de Wimbledon como os seus melhores resultados em Grand Slams e teve como melhor classificação o número quatro. Atualmente, ocupa o oitavo lugar.
"Quando Becker e Severin escolhem trabalhar com Holger, é porque vêem um grande potencial de desenvolvimento e acreditam que ele pode ganhar Grand Slams e tornar-se o número um", sublinha o especialista em ténis.
Rune começa a sua época em Brisbane na primeira semana do ano. A partir de 14 de janeiro, segue para o primeiro torneio do Grand Slam do ano, o Open da Austrália.