A AFP Sport faz uma retrospetiva do que se pode esperar em 2024:
Sonhos dourados
Remco Evenepoel e Mathieu van der Poel são os dois favoritos para suceder ao equatoriano Richard Carapaz como campeão olímpico. A corrida de estrada de 273 quilómetros deste verão irá percorrer todos os principais pontos turísticos de Paris e poderá ser ganha ou perdida na subida para Montmartre.
Van der Poel também parece ser o favorito para as clássicas e monumentos, depois de um 2023 espetacular que lhe valeu o título mundial e a vitória no Paris-Roubaix.
O neerlandês de 28 anos deverá manter o seu temperamento sob controlo depois de ter cuspido nos adeptos numa prova de ciclocrosse em dezembro.
Vantagem para Vingegaard?
O duelo da Volta a França entre o bicampeão Jonas Vingegaard e o antigo vencedor Tadej Pogacar vai voltar a ser um dos mais interessantes. Pogacar continua a ser o favorito dos adeptos e o esloveno nunca pode ser posto de parte.
Mas o itinerário do Tour é adequado para Vingegaard, com muitas subidas e a ação principal concentrada na última semana, exigindo a paciência que lhe é natural. "Todo o percurso parece feito à medida para mim", disse o campeão sobre o trajeto montanhoso.
O Tour começará em Florença e terminará em Nice, em vez de Paris, a 21 de julho, com uma perigosa corrida sobre as falésias da Corniche, na Riviera, antes de terminar na icónica Promenade des Anglais.
Pogacar quer fazer a dobradinha Tour-Giro
Antes do início da Volta a França, Pogacar também vai correr o Giro de Itália, que começa a 4 de maio em Turim.
A Volta a França começa em Florença pouco mais de um mês depois - a primeira de quatro etapas em Itália - antes do início dos Jogos Olímpicos em Paris, a 26 de julho. Desde Marco Pantani, em 1998, que ninguém ganhava a Volta à Itália e o Giro na mesma época.
Homens perigosos
Espera-se que Evenepoel e o campeão do Giro, Primoz Roglic, garantam que Vingegaard e Pogacar não dominem as manchetes da Volta a França.
Evenepoel vai ser lançado na sua primeira Volta a França, onde tem como objetivo um modesto top-5. No entanto, se conseguir chegar à 21.ª etapa a dois minutos da liderança, o campeão do mundo de contrarrelógio poderá garantir a vitória.
Roglic sofreu um famoso colapso no Tour de 2020, quando deixou escapar uma enorme vantagem de 57 segundos no contrarrelógio final, com Pogacar a reclamar uma vantagem de 59 segundos no último dia.
"Vamos ter de ter um plano para lidar com Primoz", avisou Vingegaard.
Cavendish à procura de recorde
O veterano sprinter Mark Cavendish vai tentar novamente bater o recorde de vitórias em etapas da Volta a França, apesar de um percurso que descreve como "muito, muito difícil". A equipa Astana reconstruiu-se em torno do rápido sprinter, que terá 39 anos quando alinhar na partida em Florença.
Cavendish não conseguiu bater o recorde em 2023, mas registou uma velocidade máxima de 73 km/h.
Precisa de mais uma vitória numa etapa do Tour para reclamar a propriedade exclusiva do recorde de 35 que partilha atualmente com Eddy Merckx.