A lista de concorrentes inclui o também belga Wout van Aert, o seu grande rival neerlandês Mathieu van der Poel e o esloveno Tadej Pogacar, duas vezes vencedor da Volta à França.
O percurso é épico, não só pela sua extensão de 271 km, mas também porque tem 480 curvas na parte final da corrida, o que favorece os pontos fortes de Evenepoel. Os percursos urbanos tendem a favorecer os homens mais pequenos, que podem negociar melhor as curvas a alta velocidade, ganhando até um segundo de vantagem por curva.
"O tipo que desenhou o percurso deve ter estado no bar, com todas aquelas curvas vai ser um grande espetáculo", disse Evenepoel, que também detém o título da Vuelta a Espana.
A Bélgica tem dois outros potenciais vencedores: van Aert, considerado o ciclista mais potente de todos os tempos, e o velocista Jasper Philipsen, vencedor de quatro etapas na Volta a França.
Este último poderá ser o provável vencedor se a corrida terminar com um sprint de grupo.
"É como uma corrida de juniores, exceto que tem 271 km de comprimento", disse van Aert sobre todas as curvas.
Glasgow é a anfitriã de um novo formato de campeonato do mundo de 13 disciplinas que inclui pista, estrada, todo-o-terreno e BMX.
Corrida de morte
No entanto, a corrida de estrada de domingo é a principal atração para a maioria dos fãs.
Os 200 ciclistas partem de Edimburgo ao longo de um percurso em grande parte plano que culmina com 10 voltas ao centro da cidade de Glasgow, a 14,3 km por volta. Prevê-se que chova durante todo o dia, o que irá acrescentar mais um elemento de drama.
"Se chover, esta será uma corrida de morte", previu Florian Senechal: "Vai dar um belo espetáculo, mas quem quer uma clavícula partida?"
O bicampeão mundial Julian Alaphilippe é um underdog.
O seu treinador, Tommy Voeckler, descreveu o percurso como peculiar, devido à sinuosidade do circuito no centro da cidade. "Há 48 curvas por volta, ou seja, quase 500 no total na segunda parte da corrida", disse ele, compreendendo que as curvas serão, de facto, a pedra angular de qualquer vitória.
A distância também pode ser do agrado do neerlandês van der Poel, que venceu duas das corridas ultra-longas do Monumento este ano, a Milão-San Remo com 299 km e a Paris-Roubaix com 253 km.
"Pode-se atacar neste percurso em qualquer lugar e perder o pelotão em 20 segundos, não temos auscultadores nos Mundiais. Isto pode ser bom para mim", disse van der Poel.
Era o favorito nos Mundiais de 2022, na Austrália, mas acabou por ser detido e colocado numa cela da polícia após um confronto no hotel com duas adolescentes que, segundo ele, bateram repetidamente à porta do hotel e fugiram.