Tour: Woods vence no alto do Puy de Dôme e Pogacar reduz diferença para Vingegaard

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Tour: Woods vence no alto do Puy de Dôme e Pogacar reduz diferença para Vingegaard
Woods foi o mais forte na subida vulcânica
Woods foi o mais forte na subida vulcânicaAFP
O ciclista canadiano Michael Woods (Israel-Premier Tech) venceu este domingo no alto do Puy de Dôme, no final da nona etapa da Volta a França, em que Tadej Pogacar (UAE Emirates) ganhou tempo a Jonas Vingegaard (Jumbo-Visma).

Esperava-se muito do regresso do Tour, após 35 anos de ausência, ao vulcão eternizado na memória coletiva pela batalha entre Jacques Anquetil e Raymond Poulidor no Tour1964, mas a decisão dos favoritos de ‘entregar’ a etapa a um dos 14 fugitivos da jornada ‘desluziu’ a tirada, ‘apimentada’ apenas pelo ataque do líder da juventude nos derradeiros 1,5 quilómetros, que permitiu ao ciclista esloveno da UAE Emirates encurtar para 17 segundos a diferença para o camisola amarela.

Nada pode, no entanto, tirar mérito à vitória de Michael Woods, que, aos 36 anos, se estreou a ganhar na Grande Boucle, após um exercício de paciência nos derradeiros quilómetros da escalada ao Puy de Dôme, em que, primeiro, teve de perseguir Matteo Jorgenson (Movistar), e, depois, deixou o norte-americano para trás, para ser o primeiro no alto, com o tempo de 04:19.41.

Ainda estou a beliscar-me, não acredito que ganhei. Estou orgulhoso de mim, da minha equipa”, resumiu o canadiano, após vencer à frente de dois companheiros na fuga do dia, o francês Pierre Latour (TotalEnergies), segundo a 28 segundos, e o esloveno Matej Mohoric (Bahrain Victorious), terceiro a 35.

Os 182,4 quilómetros da nona etapa tiveram início em Saint-Léonard-de-Noblat, a cidade do lendário Raymond Poulidor, recordista de presenças no pódio final do Tour (oito), sem que tenha vencido qualquer edição ou vestido sequer a amarela, e avô da ‘estrela’ neerlandesa Mathieu van der Poel, que não conseguiu conter as lágrimas à partida, num dos muitos momentos de homenagem da caravana do Tour a ‘Poupou’.

A rapidez com que a fuga se formou apanhou desprevenidas algumas das equipas interessadas em aventurar-se na última tirada antes do merecido primeiro dia de descanso, que se lançaram na perseguição, sem, contudo, conseguirem alcançar o grupo de 14 ciclistas que saltou do pelotão logo no primeiro quilómetro.

Apesar da qualidade dos elementos dos vários grupos perseguidores que foram sucessivamente tentando chegar aos homens da frente, Woods e o seu companheiro Guillaume Boivin, Mohoric, Latour e o colega Mathieu Burgaudeau, Jorgenson e Gorka Izagirre (Movistar), o camisola da montanha Neilson Powless (EF Education-EasyPost), Clément Berthet (AG2R-Citröen), Victor Campenaerts (Lotto Dstny), David de la Cruz e Alexey Lutsenko (Astana), Jonas Abrahamsen e Jonas Gregaard (Uno-X) acabariam mesmo por ser os únicos fugitivos da jornada.

Os mais de 16 minutos de margem que os fugitivos conquistaram ‘garantiram-lhes’ que o triunfo no Puy de Dôme pertenceria a um deles e, talvez por isso, a harmonia do grupo acabou a mais de 50 quilómetros da meta, com os ataques a sucederem-se e Jorgenson a ficar isolado na frente, entrando mesmo sozinho nos 13,3 quilómetros de escalada ao alto do Puy de Dôme, o vulcão que regressou ao Tour após 35 anos de ausência.

Perseguido por um trio composto pelo líder da montanha, Mohoric e Burgaudeau, o norte-americano da Movistar, de 24 anos, iniciou os derradeiros (e mais difíceis) 4.500 metros da subida de categoria especial, já ‘despidos’ de público, por se tratar de uma paisagem protegida, com mais de um minuto de vantagem.

Vencedor de duas etapas no Tour 2021 (e uma em cada uma das outras grandes Voltas), Mohoric ‘descartou’ os seus companheiros temporários, numa rampa com 12% de pendente média, e partiu no encalço de Jorgenson; não só nunca chegou ao norte-americano, que acabou num injusto quarto lugar, como acabou ultrapassado por Woods.

O canadiano ‘apanhou’ o ciclista da Movistar a menos de 500 metros do alto e seguiu rumo à sua primeira vitória no Tour, aos 36 anos. “Não estou a ir para novo e sempre pensei em ganhar uma etapa na Volta a França. Finalmente, consegui”, destacou, reconhecendo que “não jogou bem as cartas” quando Jorgenson atacou e teve de ser “paciente”, iniciando o seu “contrarrelógio até ao topo” a quatro quilómetros do alto.

Já Woods há muita fazia a festa, quando no diminuto grupo de favoritos, onde já tinha reentrado Jai Hindley (BORA-hansgrohe) após ter descolado, Pogacar atacou à entrada dos últimos 1,5 quilómetros, com Vingegaard em dificuldades para responder. Sem qualquer colega de equipa para ajudá-lo, o camisola amarela manteve a frieza e perseguiu o seu ‘vice’ na geral e na passada edição, não cedendo mais de oito segundos para o esloveno de 24 anos.

No entanto, e depois de já ter tido uma margem de quase de um minuto para o seu arquirrival, o dinamarquês da Jumbo-Visma vai cumprir o primeiro dia de descanso da 110.ª edição com apenas 17 segundos de vantagem para ‘Pogi’, numa geral em que Hindley continua a ser terceiro, mas agora a distantes 02.40 minutos.

Numa edição a ‘duas velocidades’, em que os dois últimos campeões lutam pela amarela final, e os demais pelo pódio, novo dia para esquecer para o francês David Gaudu (Groupama-FDJ), o quarto classificado em 2022, que tem passado ao lado deste Tour – perdeu cerca de dois minutos para os dois primeiros da geral e é oitavo, a 06.01.

Pior só mesmo Mikel Landa (Bahrain Victorious) e Ben O'Connor (AG2R Citroën), também eles antigos quartos classificados, que estão completamente fora da luta pelo top 3, cada vez mais reduzida ao australiano da BORA-hansgrohe, ao espanhol Carlos Rodríguez (INEOS), e aos gémeos Adam (UAE Emirates) e Simon Yates (Jayco AlUla).

Os portugueses tiveram um dia tranquilo, como esperado, chegando todos a 19.56 minutos do vencedor, com Ruben Guerreiro (Movistar) a continuar como mais bem classificado, agora fora do top 30 (é 33.º a 38.08 minutos).

Nelson Oliveira (Movistar) é 66.º, a 01:10.09 horas, e Rui Costa (Intermarché-Circus-Wanty) está sete lugares mais abaixo, a 01:14.49.

Eles e os outros ciclistas regressam à estrada na terça-feira, na 10.ª etapa, uma ligação de 167,2 quilómetros ‘acidentados’ entre Vulcania e Issoire.

Na segunda-feira, o pelotão cumpre o primeiro dia de descanso da 110.ª edição da Grande Boucle, regressando à estrada na terça-feira, na ligação dos 167,2 quilómetros ‘acidentados’ entre Vulcania e Issoire.