A época começou bem para o português da UAE Emirates, que somou dois lugares entre os 10 primeiros no AlUla Tour, antiga Volta à Arábia Saudita, e foi nono na Clássica Comunidade Valenciana, mas Rui Oliveira aspira a mais.
“Os top 10 que fiz agora foi um pouco por acréscimo, mais a ajudar outros companheiros. Quero ver se este ano, pelo menos, uma corrida consigo vencer. E estar bem nas clássicas, estar bem no Giro. Estar bem nas clássicas para que haja uma possibilidade de vir a fazer os Jogos Olímpicos, porque essa também é uma das minhas prioridades. Sei que temos muitos atletas que podem ir, lá está, tenho de estar bem”, vincou.
Ainda sem estrear-se a vencer com as cores da UAE Emirates, equipa que representa desde 2019, o gaiense de 27 anos tem-se notabilizado como lançador e ainda aguarda por uma oportunidade a título individual, que pode chegar já na 50.ª Volta ao Algarve, que arranca na quarta-feira, em Portimão, e termina no domingo, no alto do Malhão.
“É preciso aparecer a oportunidade certa, às vezes a corrida certa. Já aqui no Algarve vou ter a oportunidade de ser eu a sprintar nas duas chegadas ao sprint. Claro que estando sozinho, tenho de ser eu a desenrascar-me. Quando a oportunidade aparece, vou tentar aproveitá-la do modo que for e, se der para ganhar, obviamente vou tentar”, garantiu.
A primeira e terceira etapas da Algarvia são dedicadas aos homens mais rápidos, mas Rui Oliveira tem noção que, perante um pelotão recheado de figuras, “vai ser muito difícil” impor-se ao sprint.
“Estão puros sprinters, com comboios, e eu nos últimos quilómetros, de certeza, que vou estar eu mais ou menos por minha conta, porque trazemos outros atletas para a geral”, notou, em entrevista à Lusa.
Feliz por estar a correr em Portugal – participou no sábado na Clássica da Figueira -, o atual vice-campeão nacional de fundo prepara uma época em que está selecionado para a Volta a Itália, tendo como tarefa “principalmente” ajudar Juan Sebastián Molano, “que vai estar sozinho” num oito em que pontifica a estrela Tadej Pogacar.
“Ele já queria fazer o Giro, pediu para eu estar com ele e, como também sou um ciclista que consegue ajudar noutro tipo de terrenos, também acho que será bom para o Tadej. O grupo do Giro vai estar bastante bom. Temos um grupo excelente, tanto ao sprint como para ajudar para a geral”, avaliou.
O pistard português regressará assim à Volta a Itália, que já tinha corrido em 2022, depois de no ano passado ter alinhado pela terceira vez na Vuelta.
“É diferente. Na Vuelta, apanha-se mais calor, gosto mais. Se bem que o Giro que fiz foi um dos mais quentes dos últimos anos. Passei mal porque tive bastantes problemas com alergias e problemas de selim. Não sei dizer qual gosto mais”, explicou.
Rui Oliveira ainda não abdicou do sonho de estar na Volta a França, onde a UAE Emirates tem alinhado sempre com uma equipa exclusivamente dedicada a levar Pogacar à vitória na geral, como aconteceu em 2020 e 2021.
“Gostava de fazer um dia, e sei que vai haver algum dia a eventualidade de fazer. Portanto, claro que sonho com isso, mas não para já. Sei que há outros objetivos a curto prazo que quero cumprir e que isso chegará com naturalidade”, concluiu.