Luis de la Fuente (62 anos) abordou a ausência de Isco na lista, apesar de ter sido oito vezes MVP esta época.
"Às vezes sinto que estou a ser injusto. Para resolver o debate com os que vêm e não vêm: sou injusto com os que não vêm porque estão preparados e atuam. Mas, ao mesmo tempo, sou muito justo com os que vêm porque são muito bons e merecem-no. O azar é que tenho muitos mais jogadores bons do que aqueles que posso convocar", explicou o selecionador.
Sobre o facto de não ter renovado, apesar de ter atingido os seus objetivos, como a conquista da Liga das Nações e o apuramento para o Campeonato da Europa, Luis de la Fuente desvalorizou.
"Estou onde quero estar, estou feliz, mas chegará o momento de falar e de explicar que ambas as partes estão de acordo. O meu contrato termina a 30 de junho. Ainda há tempo. Quando chegar o dia 30 de junho, veremos em que pé estamos", afirmou.
Ausências de Baldé e Laporte
Relativamente às ausências de Baldé e Laporte, o treinador revelou que o central espano-francês tem um problema na planta do pé, pois sofreu um corte e levou pontos, pelo que decidiu não forçar. O jogador afirma que se cortou em casa com um objeto afiado enquanto andava descalço. Quanto a Baldé, foi afastado por razões técnicas. "É apenas mais um jogador e tem de continuar a trabalhar", explicou o treinador, que chamou pela primeira vez Grimaldo, antigo jogador do Benfica, agora no Bayer Leverkusen.
"Queremos utilizá-lo como lateral-esquerdo, mas valorizamos a sua polivalência, que nos pode ser muito útil. Ele enriquece-nos muito", elogiou De la Fuente.
Questionado sobre Brahim, que não sabe se vai jogar em Marrocos ou em Espanha, o treinador deu a sua opinião. "Antes de qualquer outra abordagem, há a vontade da pessoa. Neste momento, tanto quanto sabemos, ele está feliz com a possibilidade de ser selecionado para Espanha", disse.
Sobre Pedri, explicou porque é que não foi convocado.
"Pedri já não está lesionado, está a jogar com a sua equipa. Falo muito com os jogadores quando estão lesionados. Quando estão a jogar, salvo raras exceções, normalmente não falo com eles. Ele regressou de uma longa lesão, sabemos perfeitamente quem ele é e contamos com ele para tudo, é um jogador de grande qualidade. À medida que ele for melhorando, vamos contar com ele", garantiu o selecionador.
Riquelme
De la Fuente explicou ainda as razões da convocatória de Riquelme.
"Conheço-o muito bem, teve dois anos fantásticos com os sub-21 e começa a mostrar todo o potencial que tem num clube tão importante como o Atlético de Madrid. É um jogador com muitos registos diferentes, pode jogar nas duas alas, como médio, tem condições fantásticas. Apostamos no talento e que ele esteja sempre ao serviço da equipa", afirmou.
De la Fuente reiterou ainda que não está refém de nenhum sistema. Questionado sobre a situação política e social em Espanha, depois de se declarar espanhol, cristão e toureiro, não quis envolver-se. "Não creio que este seja o fórum adequado. Gostaria de falar sobre Chipre", respondeu o selecionador, confrontado ainda com o nome de Aleix.
"Aqui ninguém dá nada, ele está a fazer uma grande época no Girona. Tem uma qualidade indiscutível, amadureceu muito e está num grande momento", respondeu.
Por fim, foi questionado pelos adeptos da seleção de Espanha.
"Eu disse que queria 48 milhões de jogadores. Não há qualquer dúvida sobre o sentimento que existe em relação à seleção espanhola em todos os lugares por onde passámos. O dia a dia devora tudo, mas quero ver as coisas de fora. Sempre me emocionei quando houve jogos da seleção. Sinto que a receção que temos em todos os campos é sensacional", afirmou Luis de la Fuente.