"No final do ano eu paro, não vou mudar de ideias. Posso ser campeão, ser o melhor lateral do Campeonato Brasileiro, que, ainda sim, eu vou parar. As lesões foram muito parte do motivo. Tive crise de ansiedade, muita coisa aconteceu... Mesmo em casa, começas a ser de um jeito que não és. Eu estava até perto de parar no final do ano, mas não quero parar desta forma. Quero jogar e terminar bem, física e mentalmente. É muito difícil, porque estas lesões dão cabo de ti", declarou Rafael.
O lateral do Botafogo falou abertamente sobre como as lesões impactaram diretamente o seu emocional, além de afetarem o seu psicológico. As cobranças e exaustivas recuperações o fizeram repensar sobre a sequência no desporto, tomando a decisão de pendurar as chuteiras.
"Uma coisa que eu aprendi nas lesões é que muitas vezes achas que estás bem. Mas só que continua a afetar a tua vida. As pessoas às vezes não percebem, mas afeta a tua maneira de ser. Porque é o tipo de coisa que tu falas: 'não, não vai afetar-me', mas já está a afetar-te, porque estás diferente, ages de forma diferente, mudas o teu jeito de ser. Eu reparo quando a Carla (esposa) fala comigo. Tu não reparas, não consegues ver. O desgaste mental é inconsciente. Eu decidi, vou parar no final do ano", contou Rafael.
A intenção do jogador é continuar ligado ao futebol após pendurar as chuteiras.
"Vou trabalhar com futebol, quem sabe até aqui com vocês (apresentadores do Botafogo PodCast). Eu já fiz alguns cursos de gestão desportiva. Já pensei em ser treinador, mas a minha esposa fala: 'vais ficar mais longe de casa do que já ficas agora, estás maluco'. Então, realmente eu vou deixar a vida me levar, não vou mentir. Vou deixar seguir, vamos ver como vai ser. Graças a Deus, eu falo várias línguas também, o que já ajuda", concluiu o lateral.