Julgamento de Dani Alves terminou, aguarda-se agora o veredito

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Julgamento de Dani Alves terminou, aguarda-se agora o veredito
Dani Alves no seu julgamento em Barcelona
Dani Alves no seu julgamento em BarcelonaAFP
Dani Alves, a antiga estrela do Barça e do PSG, acusado de violar uma jovem numa discoteca e que se diz inocente, viu o seu julgamento terminar esta quarta-feira à noite, aguardando o veredito dos juízes, que poderá demorar várias semanas.

O antigo internacional brasileiro, contra quem a acusação pediu nove anos de prisão, afirmou que teve uma relação sexual consensual e negou qualquer forma de violência contra a queixosa durante o seu depoimento final.

Esta versão não convenceu a procuradora, que concluiu as suas alegações finais considerando que a queixosa, que depôs na segunda-feira à porta fechada, tinha apresentado um "relato absolutamente credível" desde o início da investigação e que Dani Alves tinha demonstrado "violência" para com a jovem.

Algemado, de camisola branca e óculos, o ex-jogador de 40 anos defendeu-se afirmando que a queixosa "em momento algum (...) disse qualquer coisa" para se ir embora.

"Se ela quisesse sair, podia ter saído a qualquer momento, não precisava de estar ali", acrescentou o antigo lateral-direito, afirmando não ser "um homem violento".

O ex-jogador de 40 anos é acusado de ter violado uma jovem nas casas de banho de uma zona VIP da discoteca Sutton, em Barcelona, na noite de 30 para 31 de dezembro de 2022.

Detido há pouco mais de um ano, o ex-jogador contestou os factos desde o início, mas a sua defesa foi enfraquecida pelas suas numerosas mudanças de versão.

Depois de ter afirmado num vídeo, no início de janeiro de 2023, que nunca tinha conhecido a queixosa, justificou a sua mentira explicando que queria proteger o seu casamento, antes de finalmente admitir uma relação sexual com a queixosa, que disse ser consensual.

No final do julgamento, a acusação manteve as suas exigências: nove anos de prisão para o futebolista, bem como o pagamento de 150.000 euros à jovem e 10 anos de liberdade condicional após a sua saída da prisão.

"Se em algum momento (a mulher) disser 'não mais', é 'não mais'. O Sr. Alves não pode continuar se a vítima não der o seu consentimento", sublinhou o procurador, que considerou que a jovem "fez o que podia".

A advogada de Dani Alves, por seu lado, pediu a absolvição do seu cliente, argumentando que este "não podia saber que a queixosa tinha retirado o seu consentimento".

Segundo a acusação, Dani Alves, que na altura se encontrava em Barcelona depois de ter participado no Campeonato do Mundo de Futebol no Catar, estava na discoteca com um amigo. Depois de ter oferecido champanhe à queixosa, à sua prima e a um amigo, convidou-a alegadamente a dançar e a acompanhá-lo a uma sala contígua com uma casa de banho.

Dani Alves obrigou-a então, alegadamente, a ter relações sexuais, segundo o Ministério Público, que descreveu uma "situação de angústia e terror" para a jovem.

"Muitos problemas"

Esta versão foi corroborada na segunda-feira por uma amiga e uma prima da queixosa. A amiga disse que a jovem estava a "chorar desesperadamente" e queria sair da discoteca, dizendo que Dani Alves a tinha "magoado muito". Segundo a prima, a jovem "quase não sai de casa" desde a agressão e está a tomar antidepressivos.

Por seu lado, a queixosa prestou depoimento na segunda-feira, à porta fechada, para proteger a sua identidade, escondendo-se atrás de um biombo para evitar o contacto visual com Dani Alves. A sua voz foi alterada e o seu rosto pixelizado na gravação, destinada ao uso exclusivo dos juízes, para evitar fugas de informação.

Esta a quarta-feira, um psicólogo que entrevistou a vítima meses após o incidente confirmou que ela apresentava sintomas de stress pós-traumático.

O amigo que acompanhou Dani Alves na noite em questão, bem como a mulher do jogador, insistiram na terça-feira que o jogador estava embriagado. Ele "cheirava a álcool" e "quando entrou no quarto, chocou com vários móveis e caiu na cama" antes de adormecer, disse Joana Sanz.

Um dos futebolistas mais bem sucedidos da história, Dani Alves viveu o período mais glorioso da sua carreira no Barcelona, entre 2008 e 2016, onde conquistou 23 troféus.

O jogador, que também passou pelo Sevilha, Juventus e Paris Saint-Germain, jogava no Pumas, do México, na altura em que foi preso. O clube, com o qual tinha contrato até ao final da época passada, dispensou-o de imediato.