António Félix da Costa: "Acho que faz muito bem a um atleta ser mandado abaixo às vezes"

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade
António Félix da Costa: "Acho que faz muito bem a um atleta ser mandado abaixo às vezes"
António Félix da Costa na Fórmula E
António Félix da Costa na Fórmula EFacebook/António Félix da Costa
O piloto António Félix da Costa assumiu que o ano de 2023 foi de adaptação a novos desafios na Fórmula E e no Mundial de Resistência, que levaram a uma “temporada complicada” nas duas competições.

Foi uma temporada complicada. Houve tantas mudanças, tão grandes, e a adaptação foi mais complicada do que estava à espera”, expressou o piloto, em entrevista à Lusa.

Na Fórmula E, Félix da Costa ingressou na equipa oficial de fábrica da Porsche, depois de três épocas na DS Techeetah, onde foi campeão do mundo em 2020, enquanto no Mundial de Resistência estreou-se na categoria principal, dos hipercarros, após vencer na categoria de LMP2 em 2022, pela equipa Jota, na qual também conduz um Porsche.

Acho que faz muito bem a um atleta, seja em que modalidade for, ser mandado abaixo às vezes. É aí que se vê a fibra de que somos feitos e acho que este ano, mais uma vez, demonstrei a mim próprio que sou capaz de sair de maus momentos. São tudo fases e momentos que nos tornam mais fortes para quando estiver tudo pronto e começarmos a entregar resultados. Espero que agora, em 2024, seja esse o objetivo”, frisou o piloto.

Na nona temporada da história da Fórmula E, António Félix da Costa, que competiu em todas as edições da categoria automobilística para monolugares elétricos, terminou na nona posição, com 93 pontos, contabilizando um triunfo e três pódios durante um ano em que viveu várias ‘montanhas-russas’ e com um início “a comprometer os objetivos”.

Foi um ano de muito trabalho e gostei de ver que nunca desistimos e conseguimos dar a volta. Ganhámos corridas, qualificámos na frente algumas vezes, vários pódios e foi sempre a recuperar pontos. Demonstrámos que conseguimos ser rápidos nas corridas, as qualificações foram o nosso ponto fraco, mas chegámos sempre aos pódios. Por isso, temos também claros os objetivos que é preciso melhorar”, realçou o piloto de Cascais.

Durante a temporada, o português sofreu também um acidente aparatoso, na prova de Roma, no qual pensou, pela primeira vez, que se ia “magoar a sério”, para além de uma penalização de três minutos, que o leva a ir a tribunal contra a Federação Internacional do Automóvel (FIA) a 7 de novembro, num protesto pela decisão tomada em Londres.

António Félix da Costa arrancou essa prova no 17.º lugar e concluiu no segundo posto, mas levou a penalização devido a um ‘toque’ de outro piloto que causou um furo lento num dos pneus, terminando a corrida com a pressão do pneu abaixo do mínimo legal.

Acredito que, para o bem do desporto, temos de recuperar o segundo lugar. Foi uma decisão muito injusta. Estou aqui a fazer de advogado, piloto, psicólogo… Foi um ano em que tive de atravessar tudo, mas acho que faz parte de nos tornarmos mais fortes enquanto seres humanos e atletas. Sinto que estou num ‘escudo’ completamente bem montado para o ano e estamos prontos para ganhar o campeonato”, assegurou o luso.

O carro de António Félix da Costa
O carro de António Félix da CostaFacebook

Já a prestação na categoria principal do Mundial de Resistência ficou condicionada pelo atraso na entrega do carro pela Porsche, que fez a equipa Jota iniciar o campeonato “a meio, sem testar nada e apenas com um manual de instruções de 60 páginas” do carro.

Foi complicadíssimo, mas foi um projeto que me deu imenso gozo a descobrir tudo do zero, com pouco apoio da fábrica, o que me mete numa posição um pouco complicada. Sou piloto oficial da marca, mas depois, na Jota, somos quase clientes, não somos uma equipa oficial. Foi uma adaptação complicada, mas deu imenso gosto de fazer”, contou.

A temporada do Mundial de Resistência terá ainda mais uma derradeira etapa antes de se concluir o campeonato, com as oito horas do Bahrain, em 04 e 05 de novembro, mas Félix da Costa e a equipa Jota ocupam agora a 12.ª posição, com 20 pontos totalizados.