Félix da Costa lida bem com sonho perdido da Fórmula 1 e quer fazer um Dakar

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Félix da Costa lida bem com sonho perdido da Fórmula 1 e quer fazer um Dakar
Félix da Costa tem o sonho de fazer um Dakar
Félix da Costa tem o sonho de fazer um DakarFacebook
O piloto António Félix da Costa esteve à porta da Fórmula 1, mas nunca recebeu a oportunidade de competir na mais alta categoria do automobilismo, embora lide bem com isso, expressando vontade em realizar um Dakar.

Faz parte do passado e lido muito bem com isso. O mundo e o desporto são regulados por dinheiro. Estando mais velho, percebo isso na perfeição. Se calhar, se estivesse no lugar da Red Bull naquela altura, também tinha optado por dólares em vez de talento. Obviamente que me custa e a frustração nunca vai passar a 100%, pois gostava de ter lá ido e ver o que era possível fazer, mas vivo muito bem com isso”, expressou o piloto.

Em entrevista à Lusa, António Félix da Costa abordou os tempos em que pertenceu ao programa de jovens pilotos da Red Bull, tendo sido um dos pilotos de teste e reserva da marca na Fórmula 1, mas, em 2013, a vaga disponível na Toro Rosso (equipa satélite da Red Bull, atualmente com o nome AlphaTauri) acabou por ir parar ao russo Daniil Kvyat.

O mais importante, para mim, é entrar no ‘paddock’ e o Max Verstappen, Carlos Sainz, Charles Leclerc, Lando Norris, seja quem for, respeitarem-me. Demonstra que fiz bem o meu papel. Corri contra muitos deles, consegui bater-me bem, ganhar algumas vezes e perder outras. Gostava de ter lá ido e ver como me saía, mas é uma dúvida que vai ficar para sempre. Eu vivo muito bem com isso e não tenho problemas. Ainda hei de parar à Fórmula 1, de uma forma ou de outra”, apontou o piloto português, natural de Cascais.

Nos últimos anos, enquanto compete pela Porsche na Fórmula E, e pela equipa Jota, no Mundial de Resistência, António Félix da Costa tem sido “mais um fã da Fórmula 1”, na qual nunca se largou “por completo” e tem na ‘mira’ um retorno, mas noutras funções.

Gostava de voltar a trabalhar mais por dentro com alguma equipa de Fórmula 1, para começar também a preparar o meu pós-carreira. Acho que há muita coisa por fazer no ‘paddock’ a nível de negócios e a trabalhar com atletas. Agora, quando vou a corridas de Fórmula 1, é muito com uma mentalidade mais de negócios, e como fã”, sublinhou.

António Félix da Costa
António Félix da CostaFacebook

A Red Bull, tem tido “um domínio inacreditável” na Fórmula 1, arrebatando, este ano, o terceiro título de construtores consecutivo, mas Félix da Costa considerou que “se viu a chegar” essa hegemonia, que prevê que continue “durante mais algumas temporadas”, tendo essas chances no neerlandês Max Verstappen, que está perto de ser tricampeão.

O Max é um piloto do mais incrível que já vi, não só pelo talento, mas a mentalidade, humildade, trabalho e paixão que ele tem pelo desporto. A autoconfiança que ele tem é inacreditável. Não há nada que mande aquele rapaz abaixo. Dou-me muito bem com ele, trabalhamos juntos em algumas coisas, trabalho também com outros da Fórmula 1 e vê-se claramente a diferença. Vem muito do pai e da forma como ele cresceu”, frisou.

Félix da Costa e Verstappen ainda coincidiram na Red Bull e, na altura, o neerlandês era admirador do português, que contou que, “ainda hoje, ele nunca perdeu esse respeito”.

Quando ganho corridas ou tenho alturas más, é o primeiro a mandar-me mensagens. Vi muitos pilotos a chegarem à Fórmula 1 e a ter algum sucesso, muita gente a querer entrar no seu círculo e ‘fecham-se’. O Max nunca perdeu essa acessibilidade comigo. Ele não mudou nada e dou muito valor a isso”, realçou ainda o português, de 32 anos.

Max Verstappen da Red Bull
Max Verstappen da Red BullAFP

Campeão do mundo de Fórmula E, em 2020, e de LMP2 no Mundial de Resistência, em 2022, António Félix da Costa revelou que “há umas maluqueiras que gostava de fazer”, nomeadamente um Dakar, prova que é “grande fã” e onde “estão realmente os heróis”.

São ‘avariados da cabeça’ por irem para o meio do deserto e andar a fundo, a navegar. Eu adorava fazer, tenho uma paixão grande por todo-o-terreno. Neste momento, a minha agenda não permite mesmo, mas hei de fazer um Dakar, sem dúvida”, salientou.

Para além disso, António Félix da Costa também manifestou vontade em ‘abrir portas’ a jovens portugueses no desporto motorizado, sonhando em começar “o género de uma escola” e “aumentar o incentivo” de miúdos e miúdas, também em termos financeiros, num objetivo pós-carreira, que, contudo, ainda está longe, embora haja planeamentos.

“Já vejo a luz ao fundo do túnel, mas vejo pelo menos seis anos a competir ao mais alto nível. Gostava de parar, no máximo, aos 38 ou 40 anos. Vou preferir parar enquanto eu estiver competitivo, do que esgotar a minha vontade de correr. Neste momento, sinto-me numa forma e força física e mental incrível. Ainda estou longe desse dia”, garantiu.