Farrell optou por falhar as Seis Nações, que começam em fevereiro, "para dar prioridade ao seu bem-estar mental e ao da sua família".

A decisão chocante surge depois de o jogador de 32 anos ter conduzido a Inglaterra a um terceiro lugar no recente Campeonato do Mundo, tendo a sua equipa perdido para a campeã África do Sul nas meias-finais.

Farrell, que há muito é uma figura polémica para alguns adeptos de râguebi, foi expulso num jogo de preparação contra o País de Gales, o que resultou numa suspensão de quatro jogos, o que significa que falhou os dois primeiros jogos da Inglaterra no torneio em França.

O jogador foi alvo de críticas nas redes sociais e, por vezes, foi vaiado por setores da multidão durante o Campeonato do Mundo.

McCall disse que ficou impressionado com o desempenho de Farrell à luz das críticas que enfrentou - o médio tornou-se o recordista de pontos de todos os tempos da Inglaterra, em França.

"É notável que ele tenha jogado da forma como jogou durante o Campeonato do Mundo, se tivermos em conta como se estava a sentir", disse o treinador do Saracens.

"Ele é uma pessoa que está no topo do seu jogo neste momento, mas ele e a sua família foram obrigados a sentir o que sentem. É vergonhoso. Não está certo", afirmou.

"Trabalho com o Owen há 15 anos, todos os dias, e a pessoa que tem sido retratada nos media não tem qualquer semelhança com a pessoa que conheço. Ele é um homem de família, que está sempre em primeiro lugar. Foi criada e iniciada uma narrativa que já existe há algum tempo. Não há limites para o que alguém pode aguentar", acrescentou.

O presidente da World Rugby, Bill Beaumont, ele próprio um antigo capitão de Inglaterra, disse esperar que Farrell possa regressar ao râguebi internacional "revigorado".

"Não queremos viver numa sociedade em que alguém como Owen Farrell, que tem sido um grande servidor do râguebi, seja vaiado quando está a jogar pelo seu país", disse Beaumont à BBC.

"É muito dececionante para ele e para a sua família e é óbvio que ele sente que precisa de uma pausa longe dos holofotes do jogo internacional para recarregar as baterias e voltar", acrescentou.

A Inglaterra começa a sua campanha das Seis Nações fora de casa, contra a Itália, a 3 de fevereiro.