Rússia acusa dirigentes olímpicos "neonazismo"

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Rússia acusa dirigentes olímpicos "neonazismo"
O COI proibiu os atletas russos de participarem na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2024
O COI proibiu os atletas russos de participarem na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2024AFP
A Rússia lançou um discurso furioso contra o Comité Olímpico Internacional (COI), argumentando que as restrições impostas pelo COI aos atletas russos e as críticas aos Jogos da Amizade, organizados por Moscovo, equivaliam a "neonazismo".

Na terça-feira, o COI proibiu os atletas russos de participarem na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a 26 de julho, e criticou o Kremlin por planear realizar os seus próprios "Jogos da Amizade" para rivalizar com os realizados na capital francesa.

"Estas decisões demonstram até que ponto o COI se afastou dos seus princípios declarados e resvalou para o racismo e o neonazismo", afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova.

O COI suspendeu a Rússia dos Jogos de 2024 no ano passado, mas deu luz verde aos seus atletas para competirem como neutros, desde que não apoiassem ativamente o ataque do Kremlin à Ucrânia.

Este estatuto de neutralidade obriga os atletas russos a "renunciar a qualquer associação com a sua pátria, com a sua cidadania, com a sua história, cultura e povo", argumentou Zakharova.

"As decisões do COI são erradas, injustas e inaceitáveis. Estamos indignados com as condições discriminatórias sem precedentes impostas pelo Comité Olímpico Internacional aos atletas russos", afirmou.

Intimidação

A fúria da Rússia surge um dia depois de o COI ter emitido uma declaração com palavras fortes, acusando o Kremlin de "politizar o desporto" ao planear realizar os seus próprios Jogos da Amizade.

Anunciada há vários meses, a primeira edição dos Jogos da Amizade de verão está "prevista para Moscovo e Ekaterinburgo" em setembro próximo, segundo o COI, e a primeira edição de inverno terá lugar em 2026, em Sochi, onde se realizaram os controversos Jogos Olímpicos de inverno de 2014.

O COI apelou ao mundo do desporto e aos governos convidados por Moscovo para que "rejeitem qualquer participação e apoio" ao evento, mas não chegou a sancionar os participantes. O Kremlin advertiu o COI contra essas sanções na quarta-feira.

"Isto é intimidação dos atletas. Isto mina completamente a credibilidade do COI", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

As tensões entre Moscovo e o organismo olímpico já estavam em alta há anos devido a um longo escândalo de doping que impediu os russos de competir sob a sua própria bandeira nos Jogos de Tóquio de 2020.

O COI acusou Moscovo, na mesma declaração, de "total desrespeito pelas normas globais antidopagem e pela integridade das competições", citando as preocupações manifestadas na semana passada pela Agência Mundial Antidopagem (AMA) à luz da dopagem institucionalizada nos Jogos Olímpicos de inverno de Sochi, há 10 anos.

Os atletas da Rússia e da Bielorrússia têm sido alvo de sanções em vários desportos desde que Moscovo lançou o seu ataque à Ucrânia em fevereiro de 2022.

No ano passado, vários desportos olímpicos aliviaram as restrições, permitindo que os atletas de ambos os países regressassem à competição sob certas condições. Os desportistas da Rússia e da Bielorrússia competirão em Paris como "Atletas Individuais Neutros", mas os concorrentes de ambos os países continuam banidos do desporto do atletismo.