Dizem que tem treinado sem restrições há várias semanas nos treinos, mas as dores abdominais que o impedem de servir obrigaram-no a desistir de torneio após torneio, incluindo Monte Carlo na semana passada. O anúncio oficial da sua participação em Barcelona foi, por isso, aguardado com alguma apreensão, mas é certo que deverá estar em court esta terça-feira. A questão é saber em que condições.
Stefanos Tsitsipas, que venceu em Monte Carlo no domingo, não tem dúvidas sobre o assunto: "Não me surpreenderia ver o Rafa na final em Barcelona, porque há anos que ele o faz repetidamente", disse o grego.
Para corroborar as suas palavras, sublinhou que os observadores comuns não se apercebem do que é defrontar o espanhol, que fará 38 anos em junho.
"Só se tem a sensação visual, não se tem a sensação da bola. Quando jogo contra ele, os meus seis sentidos são ativados e considero-o o maior desafio do mundo. O que ele tem agora, no final da sua carreira, e que não tinha antes, é experiência. Ele sabe como ganhar pontos e ganhar vantagem, poupando-se mais do que antes", explicou o grego.
Contratempos
O facto é que Nadal não vence um torneio desde o extravagante 14.º título em Roland Garros, em junho de 2022, que elevou o seu recorde de títulos do Grand Slam para 22 (entretanto ultrapassado pelos 24 de Djokovic).
Disputou muito poucos jogos e sofreu uma série de contratempos: ganhou o Open da Austrália e o Open de França em 2022, mas desistiu antes da meia-final em Wimbledon com uma lesão abdominal. Na segunda metade da época, ganhou apenas quatro jogos e perdeu cinco.
Em 2023, perdeu os dois jogos na United Cup, antes de perder na segunda ronda do Open da Austrália e desistir da época.
De volta à Austrália em janeiro para o início da época, ganhou dois jogos antes de perder nos quartos do torneio de Brisbane, antes de desistir do Open da Austrália. Foi a primeira de uma longa série de desistências, com a mesma explicação de sempre: "o meu corpo não me deixa".
E aqui está ele em Barcelona, onde já venceu doze vezes no court central que tem o seu nome. "Estou feliz por estar aqui, claro. Barcelona é um lugar que me deu muitas alegrias", disse o campeão no sábado, durante o sorteio, sem Carlos Alcaraz, que continua a sofrer de dores no antebraço direito.
Se passar a primeira ronda contra um adversário, no papel, ao seu alcance, Nadal vai encontrar um adversário difícil na segunda ronda: o australiano Alex De Minaur, 11.º do mundo e derrotado nos quartos de final em Monte Carlo por Djokovic.
Nessa altura saberemos exatamente o quê é que o seu corpo lhe vai permitir fazer.