Djokovic provoca intenso fogo cruzado nas salas de imprensa de Roland Garros

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Djokovic provoca intenso fogo cruzado nas salas de imprensa de Roland Garros
Guerra de declarações na sala de imprensa do Open de França
Guerra de declarações na sala de imprensa do Open de FrançaAFP
Esta semana, estavam uns sufocantes 30 graus à porta da sala de imprensa do Open de França. No interior, jogadores e meios de comunicação social discutiam o Kosovo, a Ucrânia e a Rússia, já para não falar do sexismo e das acusações de abuso doméstico.

Novak Djokovic admitiu que era impossível para ele ter "um Grand Slam sem drama".

Assim que escreveu "O Kosovo é o coração da Sérvia" na lente de uma câmara de televisão, numa resposta controversa à escalada das tensões étnicas no país dos Balcãs, Djokovic viu-se de novo no centro das atenções.

O ministro do desporto francês disse que os seus comentários não eram "apropriados", enquanto o Comité Olímpico do Kosovo exigiu que fosse sancionado.

"Repito", disse Djokovic desafiadoramente. "Claro que estou ciente de que muitas pessoas discordam, mas é o que é. É algo que eu defendo", afirmou.

Sobre a sua reação às críticas, reagiu numa conferência de imprensa depois de passar à terceira ronda, na quarta-feira: "Não tenho mais comentários sobre isso. Disse o que tinha a dizer."

Djokovic em acção
Djokovic em acçãoAFP

A Federação Internacional de Ténis (ITF) disse que o vencedor de 22 títulos do Grand Slam estava no seu direito de dizer o que disse, explicando à AFP que as "declarações políticas" não são proibidas.

A parceira de Djokovic no Open da Austrália, Aryna Sabalenka, envolveu-se numa polémica com um jornalista ucraniano por causa da sua relação com o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.

"Como é possível que a potencial número 1 do mundo apoie um ditador?", perguntou-lhe o jornalista.

Próxima pergunta, por favor

"Não tenho nada a dizer, por isso agradeço a sua pergunta", respondeu Sabalenka, mas o jornalista não se deixou intimidar.

"Está sempre a dizer que ninguém apoia a guerra, ninguém, mas pode falar por si e dizer: 'Eu, Aryna Sabalenka, condeno veementemente o facto de a Bielorrússia estar a atacar a Ucrânia com mísseis e quero que isso pare'", questinou o jornalista.

"Não tenho qualquer comentário a fazer-lhe", repetiu Sabalenka.

"Então, basicamente, apoia tudo porque não pode dizer o que pensa? Não é uma pessoa pequena, Aryna", insistiu o jornalista.

O moderador da conferência de imprensa interrompeu a meio da pergunta, ansioso por desviar a conversa para as pancadas de forehand e backhand e não para os sangrentos conflitos militares.

"Já deixou claro que não vai responder. Próxima pergunta. Obrigado", retorquiu.

Este interrogatório seguiu-se ao jogo da segunda ronda de Sabalenka.

O seu primeiro jogo no domingo foi contra a ucraniana Marta Kostyuk, que foi vaiada por não apertar a mão à bielorrussa.

Kostyuk disse que não respeitava Sabalenka por não ter denunciado individualmente o papel da Bielorrússia na guerra.

"Acho que os jornalistas deviam mudar as perguntas que fazem", disse Kostyuk.

"Deveriam perguntar-lhes quem gostariam que ganhasse a guerra, porque se fizerem esta pergunta, não tenho a certeza que estas pessoas digam que querem que a Ucrânia ganhe", acrescentou.

Kostyuk ficou irritada quando um jornalista sugeriu que Sabalenka estava entre a espada e a parede.

"Não sei porque é que é uma situação difícil para ela. Ela poderia ser a número 1 do mundo depois deste torneio. Se verificarmos as estatísticas na Rússia, há 80 ou 85% de pessoas que apoiam esta guerra", explicou.

Enviar uma mensagem

"Só por falar, acho que ela pode enviar uma mensagem", disse a tenista.

Longe da crise militar e política europeia, o brasileiro Thiago Seyboth enfrentou questões sobre a sua vida privada.

Em 2021, foi investigado por abuso de uma ex-namorada. Ele negou as alegações, chamando-as de "fabricadas e vingativas".

Depois de surpreender o número dois do mundo, Daniil Medvedev, e ser forçado a dar uma rara e obrigatória conferência de imprensa, o número 172 do mundo atacou um jornalista, que queria saber se o caso estava a avançar.

"Acho que não é um assunto que deva ser abordado aqui. Não acho que seja uma pergunta que devamos fazer a alguém. Acho que não vos cabe a vós decidir se devemos falar sobre isso ou não", disse o jovem de 23 anos.

O Open de França tem enfrentado repetidamente acusações de sexismo no calendário do torneio.

Como parte de um grande acordo com a televisão, foram introduzidos jogos noturnos, mas em 2022 apenas uma das 10 sessões noturnas apresentava um jogo de singulares feminino.

Este ano, todas as cinco sessões noturnas incluíram um jogo de singulares masculinos.

"O torneio é deles. Eles fazem o que querem", disse a antiga vice-campeã Sloane Stephens.