Wimbledon proibiu todos os jogadores russos em resposta à invasão da Ucrânia por Moscovo. Os concorrentes da Bielorrússia, um dos principais aliados da Rússia, também foram banidos. Doze meses depois, a sanção foi levantada, na condição de os jogadores dos dois países assinarem declarações de neutralidade.
No entanto, Rublev, número sete do mundo, reabriu rapidamente as feridas depois de se ter tornado o primeiro jogador a passar à segunda ronda de singulares masculinos.
"Estivemos a conversar e penso que conseguimos encontrar uma solução", afirmou: "Se queremos realmente ajudar ou fazer o que é melhor para o ténis e para as pessoas, penso que obviamente havia melhores opções, não apenas proibir. Porque, no final, não houve diferença. Eles só fizeram pior para si próprios".
A ATP Tour masculina e a WTA Tour feminina recusaram-se a atribuir pontos de classificação a Wimbledon no ano passado em resposta à proibição dos jogadores.
Ambos os organismos de gestão impuseram também pesadas multas.
O All England Club declarou que a decisão de levantar a proibição foi tomada após conversações com o governo britânico, a Associação Britânica de Ténis de Relva (LTA) e os organismos internacionais de ténis. Quando a decisão foi tomada em abril, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, condenou a medida como "imoral".
"Agora que estamos aqui, estou muito feliz por estar de volta e competir", acrescentou Rublev depois de derrotar o australiano Max Purcell por 6-3, 7-5 e 6-4.
As amargas consequências desportivas da guerra foram evidenciadas no Open de França.
Jogadoras ucranianas, como Elina Svitolina e Marta Kostyuk, foram ridicularizadas pelo público parisiense por se terem recusado a apertar a mão à bielorrussa Aryna Sabalenka, número dois mundial.
Veronika Kudermetova foi também uma das primeiras vencedoras russas na segunda-feira, com a 12ª cabeça de série a derrotar a veterana Kaia Kanepi em sets directos.
A jogadora de 26 anos admitiu que as relações no balneário com as suas rivais ucranianas continuam tensas.
"Eu digo-lhes olá. Algumas pessoas respondem, outras não. Digo apenas: 'Aqui estamos nós, apenas jogadoras de ténis'".
A antiga número um mundial Victoria Azarenka, da Bielorrússia, elogiou o público de Wimbledon, dizendo que tinha tido uma receção calorosa no Court 15, onde derrotou a chinesa Yuan Yue por 6-4, 5-7 e 6-4.
"Hoje, ouvir as pessoas dizerem: 'Vamos lá, Vika', e torcerem por mim, foi também a razão pela qual eu jogo, para jogar em frente ao público, para dar um bom espetáculo. Foi uma sensação óptima", disse a jogadora de 33 anos.