Ciclismo: Ullrich volta a confessar que se dopou para ter "as mesmas hipóteses que os outros"

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Ciclismo: Ullrich volta a confessar que se dopou para ter "as mesmas hipóteses que os outros"
Como parte do documentário, Jan Ullrich quebrou o silêncio pela primeira vez
Como parte do documentário, Jan Ullrich quebrou o silêncio pela primeira vezProfimedia
A antiga estrela do ciclismo Jan Ullrich voltou a confessar, tal como há uma década, que se dopou durante a carreira. "Sim, dopei-me", disse o alemão esta quarta-feira, durante um painel de discussão à margem da projeção do documentário "Jan Ullrich - The Hunted".

"Se tivesse contado a minha história, poderia ter ganho muitos anos bons. Não tive coragem para o fazer. É muito bom fazê-lo agora", admitiu.

Sentia-se "culpado", explicou Ullrich, que já tinha falado longamente sobre a auto-dopagem no passado como profissional. "Eu sabia que tinha de me adaptar também do ponto de vista médico", porque no mundo do ciclismo infestado de doping naquela altura, o que estava em causa era "sempre a igualdade de oportunidades".

Ullrich entrou em contacto com o médico Eufemiano Fuentes no verão de 2003. "Queria ganhar e continuar com os meus êxitos. Nessa altura, tinha uma nova equipa e o Dr. Fuentes foi-me recomendado. Foi assim que fui parar lá", explica.

Pouco antes do início da Volta a França de 2006, esta ligação viria a ser a ruína de Ullrich: foi excluído da equipa, a T-Mobile, e acabou por terminar a carreira em 2007.

No entanto, o vencedor da Volta a França de 1997 sublinha que a dopagem sanguínea foi apenas "a gota de água" do ponto de vista desportivo. "É preciso ter um enorme talento, trabalhar arduamente e dedicar-lhe toda a vida". Na altura, Ullrich não estava preocupado com a sua saúde, "porque tudo estava a ser controlado medicamente. No final, foi o meu próprio sangue que eu tomei, uma coisa natural", disse.

Do início ao fim dos anos 90

No entanto, outras formas não autorizadas de melhoria do desempenho já eram comuns no início da carreira de Ullrich, em 1995, como sublinhou: "Começou comigo em 1996. Quando entrei em contacto com isso, já havia substâncias que não se conseguiam controlar. Eu já estava no ciclismo há alguns anos. O ciclismo já tinha um problema nessa altura".

Foi por isso que o talentoso alemão se viu obrigado a recorrer a substâncias dopantes. "Quando me apercebi de que já não tinha as mesmas oportunidades, houve também o aspeto mental. Sacrificámos toda a nossa vida, sabemos que temos talento, que estamos a melhorar todos os anos. E depois saber que, se não for assim, não tens qualquer hipótese, foi o mais difícil".

Para Ulltich, nunca se tratou de "enganar alguém ou obter uma vantagem, mas sim de igualdade de oportunidades".