A ASO, empresa organizadora da 'Grande Boucle', apresentará em Paris o itinerário, tanto da corrida masculina, que se realizará no tradicional mês de julho, como da versão feminina, que terá lugar em agosto.
Além do conhecimento do itinerário detalhado, as duas grandes novidades da próxima edição já são conhecidas antecipadamente: para que o final não coincida com o início dos Jogos de Paris (de 26 de julho a 11 de agosto), a Volta começará uma semana antes do habitual, a 29 de junho, e fá-lo-á a partir de Florença, em Itália.
Pela 26.ª vez na sua história, e pela terceira vez consecutiva, a prova terá início no estrangeiro, depois de Copenhaga em 2022 e Bilbau este ano.
Uma escolha, mais do que nunca, "assumida e justificada" pelo diretor da prova, Christian Prudhomme, para não sobrecarregar as forças de segurança, mobilizadas para os Jogos, com mais trabalho.
Será também o fim de uma "anomalia histórica", já que a Itália, uma das potências tradicionais do ciclismo, nunca tinha organizado o 'Grand Départ'. Coincidirá também com o centenário do triunfo de Ottavio Bottecchia, o primeiro italiano a vencer o Tour (1904).
Contrarrelógio final em Nice
Três etapas completas desenrolar-se-ão em território italiano, uma delas já com um perfil montanhoso, antes de entrar em solo francês, para uma primeira e breve incursão nos Alpes, que voltarão a ser os protagonistas no final de uma corrida que terminará em Nice, a 21 de julho.
Será a primeira vez na história centenária do Tour que a corrida não terminará em Paris, mas a celebração dos Jogos Olímpicos na capital francesa levou a esta decisão.
Para uma revolução total, a última etapa será também um contrarrelógio individual entre o Mónaco e Nice, 35 anos após a vitória de Greg Lemond por apenas oito segundos sobre Laurent Fignon, na última vez que o Tour terminou com um contrarrelógio (1989).
Este "cronómetro" é anunciado como o juiz de paz da corrida, uma vez que incluirá a subida do Turbie e do Col d'Eze antes do final na Place Massena em Nice, após 35,2 km.
Na véspera, haverá também uma etapa muito acidentada, com apenas 132 quilómetros, mas com uma subida de 4400 metros e uma chegada ao cimo do Col de la Couillole.
E na penúltima etapa, os ciclistas terminarão na estância de esqui de Isola 2000, como anunciado recentemente pelo Presidente da Câmara de Nice, Christian Estrosi.
Corrida feminina terá início em Roterdão
Enquanto se aguarda o traçado pormenorizado do percurso, a Volta de 2024 deverá ser um pouco menos montanhosa do que a última edição, embora alguns dos picos que fizeram a reputação da "Grande Boucle" devam estar presentes: o Tourmalet, nos Pirinéus, e o Galibier ou La Bonette (2 802 m), nos Alpes.
Para compensar, está igualmente previsto um contrarrelógio individual na primeira semana, além da etapa final em Nice.
O percurso da Volta a França feminina, que também está condicionado pelos Jogos e que também partirá do estrangeiro, neste caso de Roterdão, nos Países Baixos, será igualmente anunciado esta quarta-feira.
A corrida terá início a 12 de agosto, uma segunda-feira, um dia depois do fim dos Jogos, e terminará a 18 de agosto, provavelmente nos Alpes.
Três das oito etapas passarão por território neerlandês e uma delas terá um programa duplo, com um contrarrelógio, para compensar o facto de a corrida ser um dia mais curta do que a edição de 2023.