Ancelotti tinha poupado grande parte dos titulares na derrota diante do Villarreal para ter a frescura necessária para conquistar a 15.ª orelhuda. Camavinga como lateral esquerdo foi talvez a maior novidade numa equipa que, de resto, não apresentou surpresas.
Já Lampard apostou numa linha de cinco defesas para tentar conter o ataque madrileno, com Koulibaly, Thiago Silva e Fofana no eixo, destacando-se ainda os ex-Benfica Enzo Fernández e João Félix, com este último a acompanhar Sterling no ataque.
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E foi mesmo o português a causar o primeiro calafrio no Bernabéu, ao surgir isolado a partir do meio campo, logo aos dois minutos, mas Militão foi muito rápido a importunar o avançado que ainda assim rematou para defesa apertada de Courtois.
O Real Madrid assumiu as rédeas do jogo e criou o primeiro lance de perigo numa combinação entre Vinícius Jr. e Benzema que terminou nas mãos de Kepa. Parecia ser uma questão de tempo até que aparecesse o golo inaugural e ele acabaria por chegar, aos 21 minutos.
Com um grande passe para a área, Carvajal descobriu Vini Jr. nas costas da defesa, o brasileiro desviou para uma grande defesa de Kepa, mas, na recarga, estava lá Benzema que só teve de empurrar para a baliza deserta.
Na resposta, Reece James ganhou o flanco direito, tirou um cruzamento rasteiro para a pequena área onde Sterling, que foi um peixe fora de água à exceção deste momento, ganhou a frente a Militão e desviou ao primeiro poste para uma grande resposta dos reflexos de Courtois. Na outra área, Vini deixou Fofana à procura dos rins, picou à saída de Kepa para um corte providencial de Thiago Silva em cima da linha.
Até ao intervalo, o Chelsea raramente chegou ao último terço e, quando o fez, faltava capacidade de decisão ou não tinha gente suficiente no ataque. O Real Madrid era mais perigoso, mas menos assertivo, pese embora a muita fluídez no ataque e as combinações do trio ofensivo que davam água pela barba aos defesas dos Blues.
No xadrez dos bancos... ganhou Ancelotti
Sem alterações ao intervalo - algo estranho tendo em conta a exibição dos londrinos e o cartão amarelo visto por Fofana -, não era de admirar que os Blancos entrassem à procura do segundo golo, que quase surgiu numa bela jogada coletiva, com Vinícius a fugir a Reece James na linha, passou para à entrada da área para Benzema que amorteceu para o remate colocado de Modric passar a rasar a trave.
Lampard mexeu, finalmente, e por obrigação: Koulibaly, que minutos antes impediu que Rodrygo ficasse na cara de Kepa, saiu lesionado e para o seu lugar entrou Cucurella. A cartada foi mal gasta e a culpa foi de nenhum dos envolvidos, mas sim de Rodrygo e Valverde. Os dois combinaram a meio campo, o uruguaio isolou o brasileiro com um belo passe em profundidade, mas o brasileiro foi empurrado por Chilwell, que viu o cartão vermelho direto.
Dadas as condições, o técnico inglês retirou Félix e Sterling e lançou Havertz e Chalobah. Do outro lado, Ancelotti tirou Camavinga e Rodrygo para as entradas (acertadas) de Rudiger e Asensio. Três minutos depois, o espanhol devolveu a confiança ao treinador com o 2-0 vindo do campo de treinos.
Num canto estudado batido de forma curta, Modric viu Vini Jr. na área, o brasileiro colocou o esférico à entrada da área onde apareceu o remate rasteiro e colocado de Asensio que entrou junto ao poste, sem hipótese para Kepa.
O Real foi gerindo a vantagem confortável nos últimos 15 minutos e só nos descontos o perigo voltou a rondar a baliza. Aos 90+2, Kepa despachou um cruzamento para a frente e Benzema, em posição privilegiada cabeceou por cima. Na outra área, o Chelsea teve um vislumbre do golo que relançaria a eliminatória em Londres, mas Rudiger foi absolutamente fundamental ao travar o remate de Mason Mount que levava selo de golo.
Homem do jogo Flashscore: Vini Jr. (Real Madrid).