Golfe: Quem são os outsideres que podem desafiar no Masters?

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Golfe: Quem são os outsideres que podem desafiar no Masters?
Jon Rahm foi o vencedor do ano passado, será que consegue repetir o feito?
Jon Rahm foi o vencedor do ano passado, será que consegue repetir o feito?AFP
Scottie Scheffler está numa classe à parte neste momento e tem dominado o golfe nos últimos meses. Mas para além de Scheffler e dos outros grandes jogadores, quem poderá surpreender no famoso Augusta National desta semana?

Há algo de especial na semana do Augusta National que é difícil de explicar a quem não é fã de golfe.

Como manda a tradição anual, todos os anos uma lenda do desporto dá a primeira tacada do torneio. Trata-se de uma tradição verdadeiramente única que remonta a 1941. São momentos como este que tornam Augusta tão especial. Depois de toda a conversa sobre os potenciais candidatos a reclamar o famoso Green Jacket (casaco verde, ndr) - há um momento de silêncio e tranquilidade enquanto um grande jogador se prepara para um breve regresso à ribalta.

Trata-se de um torneio com uma tradição enraizada, em que se sente o peso da história no domingo à noite, quando o vencedor, agora parte de um grupo de elite, discursa com o seu emblemático casaco verde. Todos os anteriores vencedores se sentam atrás deles, radiantes de alegria, compreendendo a enormidade do feito. Certamente que também recordam o seu momento de glória - um momento que este torneio especial nunca deixará esquecer.

E não é apenas a tradição que torna o Masters tão fantástico. É um campo de golfe deslumbrante, os greens luxuosos cheios de cor devido às belas magnólias. É também um dos campos de golfe mais difíceis de dominar e muitos dos melhores do mundo não o conseguiram conquistar.

Uma tacada ligeiramente errada e é castigado. De repente, pode dar pos si a lutar para fazer um bogey e todo o bom senso e calma desaparecem. É um campo que quebra muitos e lapida apenas os melhores.

Todos os anos se fala dos grandes nomes e as mesmas histórias ocupam os cabeçalhos dos jornais. "Será que Rory McIlroy vai finalmente quebrar a sua maldição do Masters?" ou "Como é que Woods se vai sair depois de não ter jogado todo o ano?".

E muitas vezes há um grande favorito. Este ano, esse homem é Scheffler e com boas razões. A sua forma a chegar a Augusta é dominante. Mas prever o vencedor desta semana é quase como prever o vencedor da lotaria. É um torneio que deu o pontapé de saída a algumas carreiras e foi um falso amanhecer para outras, mas é raro que o homem no topo o ganhe.

Por isso, em vez de me concentrar em quem deve e pode ganhar, prefiro concentrar-me em alguns jogadores que podem ganhar fama e, com isso, perturbar os grandes.

Primeira escolha - Tony Finau

Há muito que Finau é visto como um jogador capaz de ganhar um grande campeonato. O seu jogo tem tudo o que é necessário para o fazer e demonstrou uma perseverança incrível perante as adversidades ao longo da sua carreira e da sua vida em geral. É importante salientar que Finau também já esteve perto de o conseguir, tendo terminado nos cinco primeiros lugares dos quatro campeonatos principais.

O norte-americano também tem uma precisão e uma potência incríveis no golpe de bola, o que faz dele um dos melhores do mundo com o driver e lhe dá uma ligeira vantagem quando chega aos greens. E se o jogo longo é o seu ponto forte, o jogo curto não é de forma alguma um ponto fraco. Já demonstrou inúmeras vezes capacidades com o putter.

O seu desafio (tal como o de muitos jogadores do Tour) é passar de um bom e muito respeitado jogador para um dos grandes do jogo moderno e isso passa por ter garra nos grandes momentos. Refiro-me aos últimos nove buracos de domingo, quando estiver na luta pela vitória - é aí que precisa de serenidade e mente calma.

Tony Finau nos treinos antes do Masters de 2024
Tony Finau nos treinos antes do Masters de 2024AFP

É o desafio mais difícil no desporto, conseguir dar conta do recado quando importa e, em desportos individuais como o golfe, há uma batalha mental constante contra si próprio. Se Finau conseguir vencer essa batalha, não haverá nada que o impeça.

Segunda escolha - Hideki Matsuyama

O vencedor do famoso casaco verde de 2021 pode não parecer um wildcard, mas a sua forma desde que ganhou o Masters tem sido inconsistente e não tem sido regularmente competitivo em Majors. Além disso, raramente é mencionado no mesmo fôlego que jogadores como Mcllroy, Viktor Hovland, Jon Rahm, Wyndham Clark e o imperioso Scottie Scheffler. Ainda assim, a sua forma recente à chegada ao torneio deste ano é motivo de encorajamento.

E o mais importante é que faz parte de um grupo especial que sabe como enfrentar este campo de golfe traiçoeiro e sair vitorioso. Seria imprudente descartar o vencedor de 2021, que está cheio de confiança depois de vencer o Genesis Invitational em fevereiro e terminar em sexto no Texas Open da semana passada.

Terceira escolha - Sahith Theegala

A ascensão de Theegala como alguém que falou no programa "Full Swing" da Netflix, em total admiração dos Mcllroys e Spieths do Tour e sonhando num dia estar ao seu nível até hoje, numa altura em que é um dos melhores golfistas do mundo, é inspiradora. O seu nono lugar na estreia no Masters, no ano passado, é a prova de que consegue lidar com um campo que muito poucos conseguem e a sua forma esta semana é mais uma razão para que Theegala figure nas escolhas.

O norte-americano já terminou quatro vezes entre os 10 primeiros em 2024, depois de ter terminado oito vezes entre os 10 primeiros em 2023. Um desses torneios foi um segundo lugar no The Sentry em janeiro, onde terminou acima de Spieth e Scheffler e ficou a apenas uma pancada do vencedor Chris Kirk.

Sahith Theegala em ação no Players Championship
Sahith Theegala em ação no Players ChampionshipAFP

Os jogos curtos e longos de Theegala melhoraram nos últimos 12 meses desde a sua memorável estreia no Masters e o seu jogo geral é extremamente forte. Não se surpreenda se no domingo vir o nome de Theegala algures no topo da tabela de classificação.

Quarta escolha - Joaquin Niemann

Niemann é outra estrela de "Full Swing" da Netflix e também subiu na classificação, tornando-se um talento emergente nos últimos tempos. Foi a mudança para a LIV em 2022, onde o seu valor realmente cresceu.

Niemann fez parte de uma longa lista de jogadores de renome que mudaram para a controversa nova digressão da Arábia Saudita. Mas, independentemente do que se pense do novo formato da LIV, que dividiu o desporto como nunca antes, não se pode negar que Niemann tem sido a estrela da liga.

Nas cinco participações na LIV em 2024, Niemann ganhou três e terminou entre os cinco primeiros nas outras duas. A sua forma é tão dominante e impressionante como a de Scottie Scheffler no PGA Tour, mas com muito menos atenção dos media à LIV, não se fala tanto dela.

Mas, apesar de todo o seu domínio este ano, Niemann ainda não conseguiu competir num Major, tendo a sua melhor classificação sido no Masters do ano passado, onde terminou em T16. Quebrar a barreira do Major é o maior desafio para qualquer golfista de elite - basta perguntar a Sergio Garcia. No entanto, se Niemann conseguir traduzir as performances no LIV para o Masters, então há todos os motivos para acreditar que ele estará na contenda no domingo.

Escolha cinco - Russell Henley

Henley está a encontrar a forma na altura certa e parte para o torneio desta quinta-feira com ainda mais confiança depois do quarto lugar no Texas na semana passada. Henley parecia estar em boa forma, tendo feito apenas um bogey num último dia de 69. No entanto, o seu desempenho no Texas não foi uma anomalia, visto que tem sido um dos melhores jogadores do PGA Tour este ano.

O quarto lugar na semana passada foi o seu terceiro em 2024, tendo o como desempenho mais impressionante o Arnold Palmer Invitational, onde esteve em posição de competir com Scheffler antes de cair de ritmo durante o fim de semana. Ele pode ser o menos cotado dos cinco jogadores mecionados, mas a consistência é muito importante no golfe e ele produziu exatamente isso desde o seu quarto lugar em Augusta há 12 meses.

Henley em ação no Texas Open da semana passada
Henley em ação no Texas Open da semana passadaAFP

Henley pode não ter dominado a arte de ultrapassar a linha de chegada, mas para ter uma hipótese é preciso primeiro colocar-se na discussão e Henley é mais do que capaz disso. Quando se chega ao domingo, tudo pode acontecer. Afinal de contas, os demónios mentais podem fazer coisas engraçadas até aos melhores.