Riade é o anfitrião do evento, que foi apelidado de "Knockout Chaos", com um cartaz de combates muito atrativo, encabeçado por um confronto de poder.
O combate de Joshua com Ngannou parece ser uma espécie de recuo, uma vez que era suposto defrontar Deontay Wilder, antes de esses planos terem sido arruinados quando o americano sofreu uma derrota surpreendente para Joseph Parker, em dezembro.
Ainda assim, representa uma oportunidade significativa para ambos, em pontos muito diferentes das suas carreiras no boxe, com o vencedor a poder selar um potencial encontro contra o vencedor de Tyson Fury e Oleksandr Usyk, que se defrontam em maio.
Joshua continua na senda do regresso
Depois de uma derrota chocante para Andy Ruiz Jr em 2019 e de ser derrotado duas vezes para Usyk - a última das quais em agosto de 2022 - Joshua está num caminho para tentar voltar ao topo.
Desde então, juntou-se aos treinadores Derrick James e Ben Davison - este último ex-treinador de Fury - e isso provocou uma espécie de renascimento.
"Este é o quarto combate (de Joshua) em 11 meses. É uma mensagem para todos os lutadores de referência: Têm de se manter ativos", disse o promotor Eddie Hearn, em conferência de imprensa, na quarta-feira.
"Tem sido uma bênção (...) Nunca o vi a dar murros com tanta ferocidade, nunca o vi com tanta confiança, e acredito que ele é o melhor peso pesado do mundo - a sério", acrescentou.
Sob o comando de James, Joshua parou a podridão com uma vitória por decisão unânime sobre Jermaine Franklin Jr. em abril de 2023, antes de seguir com uma exibição melhor contra Robert Helenius em agosto.
Um destro esmagador nocauteou o finlandês no sétimo round, numa performance que mostrou alguns tons do Joshua de antigamente.
Joshua juntou-se a Davison antes do seu combate de dezembro com Otto Wallin e seguiu-se outra boa exibição, dominando antes de o canto do sueco o retirar ao fim de cinco assaltos.
No entanto, o seu próximo combate contra o ícone das MMA, Ngannou, apresenta um tipo de teste diferente quando tudo é considerado.
Ngannou quer dar sequência à exibição contra Fury
Ngannou nunca tinha feito um combate profissional de boxe antes de 28 de outubro, quando se estreou contra Fury, campeão de pesos pesados do WBC.
Poucos esperavam que o ex-campeão da UFC entrasse no ringue de boxe como um novato e enfrentasse uma força como Fury, mas ele surpreendeu muitos com o seu desempenho e nunca pareceu fora do lugar.
Apesar de ter perdido por decisão dividida, Ngannou, de 37 anos, derrubou Fury no terceiro assalto e pregou-lhe vários sustos ao longo do combate.
Muitos observadores debateram o resultado e se este deveria ter caído a favor de Ngannou, mas uma coisa que fez foi tornar a sua presença mais do que conhecida no mundo do boxe.
Espera-se que Ngannou seja o grande outsider contra Joshua, mas isso não significa que o britânico terá tudo à sua maneira, como Fury descobriu.
"Acho que ainda não choquei o mundo", disse em conferência de imprensa.
"Ainda estou na 'fábrica', a treinar, a aprender. Quando eu realmente conseguir, é quando eu acho que o mundo vai realmente ficar chocado. Acho que confio no processo e no trabalho que estamos a fazer, por isso vai valer a pena. Vou deixar tudo no ringue na sexta-feira à noite para sair com a vitória", acrescentou Ngannou.
Poder em abundância
O facto de ser apenas o segundo combate de Ngannou no boxe pode tornar a preparação para a ocasião um pouco estranha para Joshua, apesar da sua experiência superior.
O poder de punição de Ngannou apanhou Fury desprevenido em alguns momentos e esse será o seu maior trunfo se quiser obter um resultado impressionante em Riade.
Embora Joshua veja isso como uma ameaça, pode usar as suas próprias práticas para assumir o controlo do combate a seu favor.
Uma abordagem mais controlada, que prolongue o combate, poderá fazer com que Ngannou comece a cansar-se, altura em que Joshua procurará atacar.
No entanto, o camaronês terá, sem dúvida, alguns truques na manga para tentar apanhar Joshua.
Joshua não é desleixado em termos de poder, porém, tendo vencido 24 de suas 27 lutas por nocaute - a sua vitória em agosto sobre Helenius foi a sua primeira vitória por nocaute desde dezembro de 2020.
Portanto, tem todos os ingredientes para ser uma batalha titânica e que não deve dececionar.