Paris-2024: COP acompanha decisões do COI sobre russos mas lamenta demagogia

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Paris-2024: COP acompanha decisões do COI sobre russos mas lamenta demagogia
Marco Alves, chefe da Missão portuguesa
Marco Alves, chefe da Missão portuguesaLUSA
O Comité Olímpico de Portugal (COP) acompanha as decisões do Comité Olímpico Internacional (COI), que excluiu os atletas russos e bielorrussos da cerimónia de abertura dos Jogos Paris2024, mas o chefe da Missão portuguesa lamenta alguma demagogia.

"Num plano institucional, eu diria que nós acompanhamos aquilo que foi a justificação dada pelo COI. Os atletas vão ser convidados a ter a experiência da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos. Não vão poder desfilar. O argumento que está por trás disto é que eles não são uma equipa, não são uma nação. Portanto, quem desfila são as equipas e são as nações. Daí eles enquadrarem a equipa de refugiados também na cerimónia de abertura", referiu Marco Alves.

Em declarações à margem de uma sessão para jornalistas acreditados para os Jogos Olímpicos Paris-2024, realizada na sede do COP, em Lisboa, Marco Alves considerou, contudo, que, do ponto de vista do movimento desportivo, "é um bocadinho uma demagogia".

"O COI refere sempre que isto não é uma competição entre países, é uma competição entre atletas, que não se imiscui nas questões mais políticas. Mas, depois de tudo isto, não deixa de ter uma grande influência naquilo que é a política, neste caso, a geopolítica", considerou.

Para Marco Alves, "se os atletas vão poder competir, vão poder subir ao pódio", a presença no desfile da cerimónia de abertura "é um pormenor que podia ser ultrapassado, se houvesse, efetivamente, esse entendimento e essa vontade por parte do COI".

Contudo, Marco Alves salientou que foram incluídos representantes dos atletas nesta tomada de decisão, o que o deixa, "de alguma forma, mais descansado".

"Mas descansa-me nessa perspetiva de que, efetivamente, o COI de hoje conta também com a voz dos atletas e esse é um fator determinante também para que a decisão possa ter sido tomada no sentido mais correto", afirmou.

Na segunda-feira, o COI anunciou que os desportistas russos e bielorrussos autorizados a competir em Paris-2024, enquanto atletas individuais neutros, não vão poder participar na cerimónia de abertura.

O organismo garantiu que os mesmos “vão ter a oportunidade de vivenciar o evento”, contudo justificou a sua decisão com o facto de estes competirem a “título individual” num momento destinado apenas às seleções nacionais.

Os atletas russos e bielorrussos autorizados a participar vão ter uma bandeira neutra, com a sigla AIN sobre um fundo verde, sem os anéis olímpicos, além de um hino, com música original a apresentar pelo COI, no que será um “momento de dignidade” sem letra, e que apenas será tocada em caso de medalha de ouro.

Esta situação decorre da exclusão de atletas russos e bielorrussos de provas internacionais, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Os atletas dos dois países que se qualificarem para Paris-2024 vão ser sujeitos ao crivo de um painel de análise da sua elegibilidade, nomeadamente em aspetos relacionados com a invasão à Ucrânia.